POLÍCIA
Operação prende dois PMs e mira rede de ‘matadores de aluguel’ suspeita de assassinar advogado

Policiais civis da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Ministério Público, realizaram, nesta quarta-feira, 2, uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento no assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo, em fevereiro de 2024, no Centro do Rio de Janeiro.
A operação teve como objetivo aprofundar as investigações, já que três suspeitos já haviam sido presos por terem realizado o monitoramento e fornecido a logística para o crime.
De acordo com a DHC, novas evidências apontam para a atuação de um grupo de “matadores de aluguel” ligado a múltiplos homicídios. As execuções teriam sido encomendadas por uma organização criminosa envolvida no comércio ilegal de cigarros e outras atividades contravencionais.
De acordo com as investigações, as apurações levaram à identificação de um quarto suspeito, que já se encontra preso por seu envolvimento em outro homicídio ocorrido no ano passado — o do comerciante Antônio Gaspazianne Mesquita. As provas coletadas indicam que o crime foi motivado por conflitos no controle de máquinas caça-níqueis na região.
Na atual fase da operação, foram expedidos mandados de busca contra três policiais militares e outros quatro indivíduos, estes últimos identificados como executores diretos na estrutura da organização criminosa. Até o momento, três pessoas foram presas em flagrante, incluindo dois PMs.
Assassinato de advogado
O advogado Rodrigo Marinho Crespo, de 42 anos, foi executado a tiros no Rio em fevereiro do ano passado. O crime ocorreu por volta das 17h, na Avenida Marechal Câmara, próximo à OAB e ao escritório Marinho & Lima Advogados, local onde a vítima era sócio-fundador. De acordo com testemunhas, os criminosos estavam em um veículo branco.
De acordo com a polícia, o veículo em que o assassino chegou estacionou em uma fila dupla. Na sequência, ele saiu do banco traseiro, deu cerca de três passos e, em seguida, iniciou os primeiros disparos. Ao que parece, um dos criminosos chegou a chamá-lo antes dos tiros.
O criminoso continuou atirando contra o advogado, que já estava caído no chão. Após o ataque, o assassino retornou rapidamente para o veículo, que estava com a porta aberta. Ainda de acordo com a polícia, toda a ação durou apenas 14 segundos.
O advogado tinha o hábito de descer do escritório para tomar café e conversar com as pessoas. O crime foi registrado pelas câmeras de segurança da área e, segundo informações de policiais civis, o criminoso teria efetuado pelo menos 15 disparos de uma pistola 9 mm. Investigadores recuperaram mais de dez cápsulas no local.
Em abril, o Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou os primeiros três suspeitos presos pela morte da vítima. Na denúncia, a promotoria ressaltou que o crime foi um ‘recado’ da máfia de contravenção do RJ contra a exploração legal de jogos de aposta online.
