ESPORTES
Polícia Federal indicia Bruno Henrique por fraude em competição esportiva

A Polícia Federal (PF) indiciou o atacante do Flamengo, Bruno Henrique, e mais dez pessoas por fraude em competição esportiva, após investigações revelarem um esquema de manipulação de resultados para beneficiar apostas. O indiciamento, ocorrido na segunda-feira (14/4), se baseia em mensagens trocadas entre Bruno Henrique e seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, que comprovam o envolvimento do jogador em um esquema para receber um cartão amarelo em uma partida contra o Santos, em novembro de 2023.
Evidências em mensagens de whatsApp
A análise de mensagens de WhatsApp, apreendidas no celular do irmão de Bruno Henrique, revelou diálogos que detalham o acordo para o recebimento do cartão amarelo. As mensagens indicam que Wander, também investigado, questionou o irmão sobre a possibilidade de receber um terceiro cartão amarelo no Campeonato Brasileiro, ao que Bruno Henrique respondeu que o faria na partida contra o Santos. A conversa inclui menções ao valor das apostas e a confirmação de que o cartão seria recebido, desde que Bruno Henrique entrasse “forte em alguém”. Após o evento, Wander comemorou o “investimento com sucesso”.
Outro esquema de apostas envolvendo R$10.000
Investigações revelaram outro diálogo entre Bruno Henrique e seu irmão em que discutem a possibilidade de Wander participar de um esquema de apostas mais amplo, exigindo um investimento semanal de R$10.000. Embora Bruno Henrique tenha inicialmente hesitado em envolver o irmão, devido à similaridade de sobrenomes, as mensagens sugerem a participação de ambos em apostas relacionadas a corridas de cavalos.
Família e conexões no esquema
A PF dividiu os dez envolvidos em dois grupos: um grupo familiar, incluindo o irmão (Wander), a cunhada (Ludymilla Araújo Lima) e uma prima (Poliana Ester Nunes Cardoso), todos apostando em resultados da partida contra o Santos; e um segundo grupo composto por seis apostadores com conexões independentes.
Investigação iniciada pela CBF e IBIA
A investigação teve início após um alerta da International Betting Integrity Association (IBIA) sobre apostas atípicas na partida contra o Santos, em 31 de julho de 2024. A CBF, após analisar os dados, constatou irregularidades e encaminhou o caso à PF. Apesar da falta de antecedentes de Bruno Henrique em manipulação de resultados, a CBF observou o comportamento do jogador na partida e o volume de apostas atípicas como fatores que levantaram suspeitas. A assessoria de Bruno Henrique se recusou a comentar.
