POLÍTICA
Prefeito de Rio Branco defende protagonismo municipal em políticas ambientais na COP30

O prefeito de Rio Branco e presidente da Associação dos Municípios do Acre (Amac), Tião Bocalom, participou do Encontro Preparatório para a COP30 (EPPAM), defendendo um papel central dos municípios na construção de políticas ambientais eficazes e humanizadas. Durante o painel “COP30 no Radar: Como inserir a pauta da Amazônia urbana na agenda?”, Bocalom argumentou que a visão tradicional de preservação ambiental precisa ser revista, integrando as dimensões ambiental, econômica e social de forma equilibrada.
Para Bocalom, a experiência prática dos governos municipais é fundamental para o sucesso das políticas ambientais. Ele criticou a falta de direcionamento para prefeitos e vereadores, enfatizando que o meio ambiente começa em casa e que a maior riqueza da Amazônia é sua população. “Muitas vezes, esquecem que o ambiente começa dentro de casa. Na Amazônia, temos animais, floresta, mas nossa maior riqueza são as pessoas”, afirmou.
Em Rio Branco, a gestão municipal busca conciliar desenvolvimento e preservação por meio de ações concretas, como educação ambiental, apoio ao pequeno produtor e políticas públicas inclusivas. Bocalom rejeitou abordagens punitivistas, especialmente para populações vulneráveis, defendendo a educação e o suporte à agricultura familiar como ferramentas mais eficazes. Ele destacou iniciativas como recuperação de solo, aplicação de calcário, mecanização agrícola e assistência técnica como exemplos de ações práticas.
O prefeito reforçou a necessidade de autonomia municipal nas decisões ambientais, argumentando que os governos federal e estadual não podem impor soluções sem considerar a realidade local. “Não dá para os governos federais e estaduais virem dizendo o que temos que fazer. Nós sabemos. Só precisamos de apoio e condições”, declarou.
A fala de Bocalom, que prioriza o bem-estar humano como pilar fundamental das políticas públicas, tem ganhado crescente apoio entre prefeitos e autoridades. O evento EPPAM destacou a importância crucial de considerar a população urbana da Amazônia – cerca de 70% do total – nas negociações climáticas, reforçando a urgência de integrar as especificidades da Amazônia urbana nas metas globais de mitigação e adaptação. A mensagem central é clara: a efetividade das políticas ambientais depende da participação ativa e autônoma dos municípios.
