Médica acreana denuncia apreensão de bens e impactos psicológicos após Operação Hunter Tiger

A médica Amanda Ribeiro, influenciadora digital, denunciou publicamente a apreensão de bens de seu marido, o pecuarista Relles Francisco Ferreira Moreira, durante a Operação Hunter Tiger, realizada pela Polícia Civil do Acre em dezembro de 2024. A operação, voltada ao combate à lavagem de dinheiro e jogos de azar, resultou no bloqueio de bens da família, mesmo sem Relles ser diretamente investigado. A médica relata graves consequências financeiras, emocionais e profissionais para si e para seu esposo.

Apreensão de bens e alegações de irregularidades:

Amanda afirma que foram apreendidos cerca de R$ 120 mil em dinheiro, 136 cabeças de gado, dois veículos (um deles financiado e outro herdado), além de outros bens. Ela alega que todos os bens foram adquiridos com recursos lícitos, provenientes de seu salário como médica e da atividade de Relles como marreteiro, profissão exercida há cinco anos. A médica contesta a alegação da investigação de que os bens seriam provenientes de atividades ilegais, argumentando que as provas apresentadas são inconsistentes e incluem fotos antigas, datadas de antes da existência do suposto esquema de jogos de azar. Específica que fotos de gado de 2022 foram usadas para implicar seu marido em atividades de 2024, e que uma foto de um carro parado em frente a uma casa em construção foi interpretada como prova de construção ilegal financiada por atividades ilícitas. A ausência de mandado de busca e apreensão para os veículos também é questionada.

A situação gerou graves consequências para a família. Relles desenvolveu depressão grave devido ao bloqueio de seus meios de trabalho e às dificuldades financeiras subsequentes. As contas estão atrasadas, e a família vive em situação precária, sem sua principal fonte de renda. Amanda também relata o desenvolvimento de depressão, ansiedade generalizada e síndrome do pânico, com impacto direto em sua carreira médica, a ponto de temer perder seu emprego. Ela descreve a apreensão como uma experiência traumática, relatando que policiais presentes na ocasião riram da situação da família. A apreensão de seus equipamentos eletrônicos também comprometeu sua vida profissional e acadêmica, afetando o acesso a dados confidenciais de pacientes e dados importantes para a conclusão de seu trabalho de conclusão de curso (TCC).

Pedido de liberação de bens e questionamento das investigações:

Amanda, através de vídeos publicados nas redes sociais, pede à justiça a liberação imediata dos bens apreendidos, argumentando que não há provas consistentes para justificar sua retenção. Ela questiona a metodologia empregada na investigação, apontando para inconsistências e a utilização de imagens antigas para associar os bens a atividades ilegais. A médica solicita uma revisão do caso e uma avaliação justa da situação, considerando os graves impactos psicológicos e financeiros sofridos por ela e sua família. A operação Hunter Tiger, coordenada pela Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Fazendários (Defaz), envolveu cerca de 60 agentes e cumpriu 29 mandados de busca e apreensão em diversos locais.