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MUNDO

“Big bang”: imprensa francesa descreve “caos no mundo” após 100 dias de governo Trump

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O presidente americano, Donald Trump, no Salão Oval da Casa Branca em 17 de abril de 2025. Foto: AP - Alex Brandon / RFI

Os jornais franceses desta terça-feira (29) fazem um balanço dos 100 primeiros dias do segundo mandato do presidente americano, Donald Trump. Tarifaço, alinhamento com a Rússia, brigas transatlânticas, queda de braço com a justiça imigratória, fim de políticas antiracismo, de igualdade e inclusão: desde o último 20 de janeiro os Estados Unidos e o planeta sofrem as consequências da mudança de governo em Washington.

“Os 100 dias que abalaram o mundo” é a manchete do jornal Le Figaro, que estampa sua capa com uma das midiatizadas coletivas de imprensa do líder republicano na Casa Branca. Segundo o diário, por meio destas e de outras medidas, Trump “provocou o caos no mundo” e “balançou as instituições americanas como nenhum de seus antecedentes”.

Le Figaro considera que Trump não mudou em relação a seu primeiro mandato – entre 2017 e 2021 – mas ele aprendeu muito, principalmente sobre Washington, “onde compreendeu que a solidez aparente das instituições se apoiava sobre o consenso e a prática” e “descobriu a magnitude dos poderes que a Constituição americana oferece ao presidente”. Por isso, o líder republicano assina pilhas de ordens executivas sobre todas as questões possíveis, atacando brutalmente tudo que considera “woke”, cancelando políticas de diversidade, igualdade e inclusão, principalmente as que combatiam o racismo e privilegiavam a comunidade LGBTQIA+.

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Big Bang

Um “Big Bang”: é desta forma que o jornal Le Parisien define os 100 primeiros dias do segundo mandato de Trump. O diário afirma que o líder republicano voltou à Casa Branca com a promessa de romper completamente com as políticas de seu antecessor, o democrata Joe Biden. No entanto, “mais de três meses depois, suas primeiras vitórias ainda são esperadas”, diz a matéria.

Le Parisien descreve os Estados Unidos há alguns meses: um país que apoiava a Ucrânia contra a tirania, que realizava uma transição em direção às energias verdes, que queria mostrar para o mundo o que era um governo inclusivo, aberto às minorias étnicas e sexuais. “Um planeta” que segundo o diário desapareceu há 100 dias, desde que “o Salão Oval se transformou em um cenário de reality show”.

As “sete guerras” de Trump

O jornal econômico Les Echos lista “as sete guerras de Trump” ou as principais ofensivas que o presidente americano lançou desde que voltou ao poder. O diário faz uma comparação entre o líder republicano e o mais célebre líder militar e estadista francês. “Em 100 dias, Napoleão Bonaparte foi do sul da França a Waterloo, onde perdeu uma batalha fatal”, diz o diário. Neste mesmo período, Trump fez nove idas e voltas de Washington a Mar-a-Lago, sua residência na Flórida, e lançou sete combates com objetivos incertos, reitera.

Dos tarifaços ao fracasso de encontrar um prometido acordo que resulte no fim da guerra na Ucrânia, passando pelas ameaças à Justiça e à liberdade de expressão e de imprensa nos Estados Unidos, “tudo parece possível” aos olhos de Trump, afirma a matéria. Segundo Les Echos, contrariamente a Napoleão Bonaparte, o principal objetivo do presidente americano não é acumular vitórias esmagadoras, mas simbólicas “que possam ser exibidas em sua rede social ou no canal Fox News”.

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