GERAL
Fraude no INSS: mais de 740 mil aposentados pediram exclusão de desconto no 1º semestre de 2024

No primeiro semestre de 2024, 742.389 beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) solicitaram a exclusão de descontos que vinham sendo feitos diretamente em suas folhas de pagamento, relacionadas a entidades associativas ou a sindicatos.
O número, que faz parte do relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), é mais que o dobro do registrado no segundo semestre de 2023, e quase seis vezes maior que o registrado no primeiro semestre daquele ano.
Para a CGU, o súbito aumento dos cancelamentos, assim como do montante dos descontos de mensalidade associativas realizados na folha de pagamento de beneficiários do INSS, embasaram a Operação Sem Desconto, realizada na semana passada pela Polícia Federal. A operação tem o intuito de combater fraudes no INSS, nas quais beneficiários eram vinculados a sindicatos sem reconhecer a adesão.
Ainda segundo a CGU, 97,6% de aposentados e pensionistas não autorizaram descontos de associações. A autarquia alertou o INSS sobre a situação, recomendando que o instituto bloqueasse de forma imediata e cautelar a implementação de novos descontos associativos. A CGU deu um prazo para que o INSS atendesse à solicitação até outubro de 2024, o que não ocorreu.
Outras recomendações foram feitas com o mesmo prazo, mas o instituto não acolheu nenhuma.
Em 2021, R$ 536,3 milhões foram descontados das folhas de pagamento de beneficiários do INSS por algum vínculo sindical;
Em 2022, esse número aumentou para R$ 706,2 milhões;
Em 2023, pulou para quase R$ 1,3 bilhão;
E, em 2024, saltou para R$ 2,8 bilhões, valor ainda acima do projetado pela CGU durante a confecção do relatório de avaliação enviado ao INSS.
Operação Sem Desconto
