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Trump diz que ‘não sabe’ se irá respeitar a Constituição dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou não saber se irá respeitar a Constituição norte-americana. A afirmação foi feita durante uma entrevista ao “Meet the Press” do canal NBC News, que foi ao ar neste domingo, 4.
A fala veio à tona enquanto ele falava sobre deportações. De acordo com ele, para cumprir sua promessa de campanha eleitoral, “maior operação de deportação”, pode ter precedência sobre dar aos imigrantes direito ao devido processo legal sob Constituição, conforme exigido pela Justiça dos EUA.
O governo Trump pressionou os tribunais para permitir a remoção imediata de imigrantes acusados de serem membros de uma gangue venezuelana, sem dar a eles a chance de defesa. Durante a entrevista, ao ser questionado se todas as pessoas no país, o que inclui quem não tem cidadania, tinham direito ao devido processo legal, ele disse: “Não sei. Não sou advogado. Não sei”.
A afirmação é vista como polêmica. De acordo com a 5ª Emenda da Constituição dos EUA, “nenhuma pessoa” será “privada da vida, da liberdade ou da propriedade, sem o devido processo legal”.
Quando a repórter tenta lembrá-lo da Constituição, ele insinua que o processo seria longo e numeroso. “Não sei. Parece… pode até dizer isso, mas se você está falando nisso, então teríamos que ter um milhão, dois milhões ou três milhões de julgamentos. Temos milhares de pessoas que são… alguns assassinos, alguns traficantes e algumas das piores pessoas do planeta”, disse.
“Fui eleito para tirá-los daqui, e os tribunais estão me impedindo de fazer isso”, afirmou.
“Mas mesmo considerando esses números que você está mencionando, você não precisa defender a Constituição dos Estados Unidos como presidente?”, perguntou a jornalista.
“Não sei. Tenho que responder dizendo, mais uma vez, que tenho advogados brilhantes trabalhando pra mim e eles obviamente seguirão o que a Suprema Corte disser”, finalizou.
Em um outro momento, Trump foi questionado se ele achava que estava “seguindo a lei” e ele respondeu que iria “seguir o que os advogados dizem”. “Eles dizem que temos permissão para fazer isso, e eu concordo totalmente. Mas tudo o que eu disser está sujeito ao cumprimento integral das leis”.
A repórter perguntou, então, se ele estaria disposto a levar a luta aos tribunais, caso necessário. “Claro. Por que não?”, concluiu.
