Após denúncias de assédio, pastor retorna à administração municipal

A nomeação do pastor Paulo Machado para o cargo de secretário adjunto para Projetos Especiais na Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Seinfra) de Rio Branco gerou controvérsia. Machado havia sido exonerado de seu cargo anterior na Secretaria Municipal de Educação após denúncias de assédio sexual por parte de servidores. As acusações descrevem uma mudança drástica no ambiente de trabalho, de acolhedor e focado na educação para um clima de medo e incerteza, caracterizado por uma suposta “caça às bruxas” por parte do então secretário interino.

A polêmica se intensificou com um atrito público entre Machado e a ex-secretária de Educação, Nabiha Bestene. Bestene, que havia deixado o cargo no primeiro mandato do prefeito Tião Bocalom, acusou Machado de ser um “leva e traz”, um comentário que envolveu o próprio prefeito na disputa. Após a exoneração de Machado, que deu lugar ao vice-prefeito Alysson Bestene (sobrinho de Nabiha), Bestene publicou nas redes sociais uma mensagem enigmática sobre a “lei do retorno”, sugerindo uma crítica à nomeação do pastor.

A decisão do prefeito Tião Bocalom de nomear novamente Machado, apesar das graves acusações de assédio, levanta questionamentos sobre a priorização da gestão municipal. A falta de transparência e o aparente descaso com as denúncias de assédio demonstram uma falha na condução da administração pública. A população de Rio Branco merece uma explicação clara sobre os motivos que levaram à recontratação de um indivíduo que enfrenta tão sérias acusações. A nomeação de Machado gera uma imagem negativa para a prefeitura e levanta preocupações sobre a cultura de tolerância a atitudes impróprias no ambiente de trabalho. A falta de punição eficaz para atos de assédio pode desencorajar futuras denúncias e perpetuar um clima de impunidade.