Dia Mundial da Hipertensão: prevenção e diagnóstico precoce salvam vidas

O Dia Mundial da Hipertensão, 17 de maio, serve como um alerta crucial sobre essa doença silenciosa que afeta aproximadamente 30% dos adultos brasileiros, segundo dados da Vigitel 2023. A prevalência é ainda maior em indivíduos com 60 anos ou mais, atingindo entre 50% e 60%, conforme aponta a cardiologista Poliana Requião do Idoméd. O preocupante é que cerca de 50% dos hipertensos desconhecem seu diagnóstico, sublinhando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.

A hipertensão, caracterizada pelo enrijecimento arterial, muitas vezes se desenvolve assintomática, permitindo sua progressão até estágios avançados. Fatores genéticos e hábitos de vida inadequados – como dieta rica em sódio, consumo excessivo de álcool, obesidade e sedentarismo – contribuem significativamente para seu desenvolvimento. As consequências são graves, afetando órgãos vitais, incluindo o coração (hipertrofia e insuficiência cardíaca), e aumentando o risco de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. Dados do Ministério da Saúde (2017) apontam 388 mortes diárias no Brasil, direta ou indiretamente relacionadas à hipertensão.

Embora muitas vezes silenciosa, a hipertensão pode apresentar sintomas como dor de cabeça, náuseas, tontura, falta de ar, intolerância ao exercício, alterações visuais e disfunções eréteis. A detecção precoce é fundamental, especialmente em indivíduos com histórico familiar da doença. A aferição regular da pressão arterial é uma medida simples, porém crucial para a prevenção de complicações.

O tratamento inclui mudanças de estilo de vida e medicação, quando necessário. A dieta DASH (Dietary Approach to Stop Hypertension), rica em frutas, verduras, legumes, produtos lácteos magros, cereais integrais, peixes, aves e oleaginosas, e com restrição de carnes vermelhas, processadas, sódio e bebidas açucaradas, é recomendada para o controle da pressão arterial. Estudos demonstram sua eficácia no aumento da ingestão de nutrientes como potássio, magnésio e cálcio, contribuindo para a redução da hipertensão. A obesidade, com prevalência de 55% na população brasileira, é um fator de risco adicional, frequentemente associada à hipertensão, especialmente em adultos entre 40 e 45 anos. A conscientização e a adoção de hábitos saudáveis são essenciais para combater a hipertensão e suas graves consequências.