GERAL
O Grito do Campo: produtores rurais denunciam abordagem violenta do IBAMA no Acre

A tensão no campo acreano atingiu um novo nível com a denúncia de produtores rurais sobre as ações de fiscalização ambiental do IBAMA. Durante uma reunião com autoridades federais, estaduais e representantes de comunidades na sede do órgão, o produtor Laerte Soares expôs a situação crítica, comparando o tratamento recebido a uma perseguição de marginais. “Estamos sendo tratados como bandidos”, afirmou Soares, expressando a indignação e o medo que se instalaram entre os produtores.
A preocupação de Soares não se limita à abordagem considerada truculenta. Ele alerta para o risco iminente de uma escalada de violência, alimentada pela desesperança e pela sensação de injustiça. Relatos de moradores dispostos a resistir à desocupação, inclusive com a ameaça de morte, pintam um quadro alarmante de conflito social. “Ontem, no manifesto, ouvi pessoas dizendo que só vão sair de lá mortas”, relatou, destacando a gravidade da situação e o desespero da população rural.
A denúncia vai além da violência física, expondo a falta de apoio governamental para a regularização ambiental. Soares critica a ineficiência do Estado em fornecer assistência técnica e estrutural, criando um ciclo vicioso de irregularidades. “Ninguém quer trabalhar na irregularidade, mas fomos obrigados. O próprio Estado não tem estrutura. Não tenho assistência técnica, como vou produzir?”, questiona, expondo a fragilidade do produtor rural diante de um sistema que parece falhar em oferecer soluções.
O apelo final de Soares é um grito de socorro dirigido aos parlamentares presentes: a necessidade de uma intervenção política para evitar um conflito de proporções incalculáveis. A responsabilidade, segundo ele, não se limita aos produtores, mas a todos os envolvidos. “A conta não é só nossa. Ela é de todos nós”, conclui, lançando um desafio à sociedade e ao poder público para encontrar uma solução justa e pacífica para o impasse. A situação exige uma resposta urgente e eficaz, antes que o conflito no campo se agrave irremediavelmente.
