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CIDADES

Chuva intensa no RS afeta cidades devastadas por enchente histórica de 2024; mortes foram registradas

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Registro de Jaguari, no Rio Grande do Sul. Segundo a prefeitura, até essa quarta-feira, cerca de 300 famílias foram afetadas pelas chuvas Foto: Reprodução/Instagram/@prefeituradejaguari

Pouco mais de um ano depois das enchentes históricas que deixaram o Rio Grande do Sul debaixo d’água, chuvas intensas voltam a afetar cidades que foram devastadas. Segundo dados da Defesa Civil do Estado, nesta quarta-feira, 18, 1.038 pessoas estão em abrigos, 1.215 estão desalojadas e duas mortes foram registradas. Além disso, há um desaparecido. A previsão é que as chuvas volumosas se mantenham até sexta-feira, 20.

Nos últimos dias, diversos pontos do estado já acumularam mais de 300 milímetros de chuva. “Deverá chover, entre hoje [quarta, 18] e amanhã [quinta, 19], cerca 120 milímetros em determinados pontos”, afirmou o governador Eduardo Leite, que alertou que Jaguari e Mata, na região central, são as cidades mais afetadas. No total, 58 municípios reportaram “danos ou intercorrências” à Defesa Civil Estadual.

Segundo o governador, a situação “não é compatível” ao que foi vivido em maio passado. Na época, choveu mais de mil milímetros em diversas regiões pelo Rio Grande do Sul. Desta vez, de acordo com as previsões, a chuva deve trazer “transtornos pontuais”, afirmou.

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“Todos os prefeitos estão orientados. Nós já temos uma estrutura, desde o ano passado para cá, que foi reforçada da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros, da Brigada Militar, que está em campo permanentemente, dando todas as recomendações para os municípios para protegermos e preservar as vidas”, complementou o governador.

De acordo com as últimas atualizações disponibilizadas, 22 rodovias estaduais estão com alteração no tráfego, sendo 16 com bloqueios totais e seis com parciais. O governo gaúcho disponibilizou um mapa interativo, onde é possível conferir a situação de rodovias estaduais, concedidas e federais.

Considerando o feriado de Corpus Christi, que marca a data de quinta-feira 19, o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) recomenda que sejam evitados deslocamentos rodoviários, “mantendo apenas aqueles que forem extremamente necessários”.

Até às 18 horas desta quarta, há cinco rios em “cota de alerta” e outros cinco em “cota de inundação”, conforme informou a Defesa Civil ao Terra. São eles:

Rios em cota de alerta:
Quaraí (Quaraí);

Ibicuí (Manoel Viana);

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Jacuí (Cachoeira do Sul);

Taquari-Antas (Santa Tereza a Encantado);

Caí (Nova Palmira e Costa do Rio Cadeia).

Rio em cota de inundação:
Ibirapuitã (Alegrete);

Jaguari (Jaguari);

Jacuí (Dona Francisca);

Taquari (Estrela e Lajeado);

Caí (São Sebastião do Caí e Montenegro).

Temor em Jaguari

O Rio Jaguari está com 13 metros acima do nível normal, informou a prefeitura de Jaguari. A situação tem intensificado os impactos das chuvas em diversas regiões da cidade e do interior, ocasionando em famílias desalojadas, vias interditadas e áreas isoladas.

“Até o momento, cerca de 1.000 jaguarienses foram diretamente afetados, com 300 famílias fora de suas casas –150 em abrigos públicos e 150 acolhidas por familiares e amigos”, complementou a prefeitura, que instaurou um gabinete de crise e decretou estado de calamidade pública nesta quarta.

O Terra solicitou à Defesa Civil informações sobre quantas cidades decretaram situação de emergência ou de calamidade pública, mas não obteve retorno até a publicação da matéria. O espaço será atualizado em caso de resposta.

Mortes registradas
Duas pessoas foram encontradas mortas no interior do município de Candelária pelo Corpo de Bombeiros Militar. De acordo com informações preliminares, o casal teria tentado atravessar uma área alagada de carro. As vítimas são um homem de 65 anos e uma mulher de 54 anos.

“As circunstâncias do fato e a causa das mortes das vítimasserão oportunamente analisadas pelos órgãos da Segurança Pública competentes”, pontuou a Defesa Civil.

Um ano das enchentes históricas

Dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, 418 declararam estado de calamidade ou de emergência em 2024. Segundo dados oficiais do governo estadual, foram registradas 184 mortes devido às enchentes do ano passado, de acordo com a última atualização da Defesa Civil divulgada no mês de abril. Desde agosto passado, o dado divulgado era de 183 vítimas. Ao todo, 25 pessoas seguem desaparecidas.

Considerando a porcentagem da população atingida, as cidades mais afetadas no Rio Grande do Sul pela enchente de maio passado foram Eldorado do Sul (82,2% da população), Muçum (79,1%), Roca Sales (54,55), Arambaré (51,9%), Travesseiro (51%), Igrejinha (50,9%), Colinas (49,6%), Arroio do Meio (48,2%), Marques de Souza (45,5%), Canoas (45,4%), São Sebastião do Caí (41,7%) e São Leopoldo (41,6%).

No total, em todo o Estado, 970.788 pessoas foram atingidas pela enchente passada. Quantidade superior à de estados brasileiros como o Acre (880.631), Amapá (802.837) e Roraima (716.793), que possuem menos de 1 milhão de habitantes cada, de acordo com o Censo de 2022. É como se a enchente tivesse devastado todo um Estado.

 

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