ESPORTES
‘Consegui me curar’, diz Filipe Toledo sobre pausa para tratar saúde mental

O compromisso de um atleta de alto rendimento no mundo atual passa não só pela excelência física, mas também pelo cuidado com a saúde mental. Expostos à pressão de fãs, patrocinadores, imprensa e até mesmo a cobrança pessoal, cada vez mais os profissionais do esporte buscam recursos para manter ajustado o bem-estar emocional.
Aos 30 anos, Filipe Toledo, que é bicampeão mundial de surfe, percebeu, em 2024, a necessidade de dar uma pausa na carreira para dar atenção aos chamados do corpo. Dessa maneira, a temporada de 2025 marca o retorno do surfista às ondas, mas de uma maneira diferente após ter se restabelecido mentalmente.
O benefício foi eu ter me escutado, entendido o meu corpo e entendido que eu precisava parar. Foi a minha primeira decisão e acho que isso foi o mais importante. Depois que eu parei, eu consegui trabalhar com calma, melhorar, evoluir, me curar psicologicamente e poder aproveitar a minha família”, explicou Filipinho em entrevista exclusiva ao Terra.
Mais um filho a caminho
O surfista tem dois filhos com a esposa Ananda Marçal: Mahina, de sete anos, e Koa, de seis.
Recentemente, foi anunciado que o casal espera o terceiro filho. Até por isso, o atleta faz uma questão ainda maior de exaltar os períodos que consegue compartilhar com a família, agora, em sua nova versão.
“Tenho momentos que eu não tinha há dez anos, porque estava sempre viajando, competindo. Eu vivi momentos que eu nunca tinha vivido. Foi incrível, pude me renovar, e hoje estou aqui 100% para competir em Saquarema”, disse.
Conquistas anteriores
A praia de Itaúna, onde acontece a Vivo Rio Pro, etapa da WSL, a partir deste final de semana, é especial para Toledo.
Na cidade da Região dos Lagos, ele conquistou as etapas da WSL (Liga Mundial de Surfe) em 2018, 2019 e 2022. O calor da torcida é combústivel para ele e todos os brasileiros, por outro lado, segundo Filipinho, os estrangeiros tendem a encarar maiores dificuldades por todo o ambiente criado em Saquarema.
“É mais desafiador para os gringos. Nós, brasileiros, levamos vantagem por estar aqui com o público, com a galera. Isso só tem aqui. Não tem em nenhuma outra etapa do mundo. Nada é igual aqui. A gente tira proveito de ser de casa e acaba se alimentando dessa energia da galera”, destacou.
Nesta etapa do Mundial, além de Toledo, o Brasil está representado por Ítalo Ferreira, Yago Dora, Alejo Muniz, Miguel Pupo, João Chianca, Peterson Crisanto e Gabriel Klaussner.
No feminino, Luana Silva e Tatiana Weston Webb, que aceitou o convite para competir em Saquarema após tirar um ano sabático para cuidar da saúde mental, defendem as cores verde e amarela.
