RIO BRANCO
Servidores estaduais paralisam Rio Branco em luta por melhores condições de trabalho

A capital acreana, Rio Branco, foi palco de um significativo protesto na manhã desta quarta-feira (25). Servidores públicos estaduais de diversas categorias bloquearam o cruzamento entre a Avenida Marechal Deodoro e a Avenida Brasil, no centro da cidade, em uma demonstração contundente de insatisfação com as atuais condições de trabalho. A manifestação, que percorreu a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o Palácio do Governo e culminou na Casa Civil, teve como foco principal a reivindicação por reajuste salarial, aumento do auxílio-alimentação e do auxílio-saúde, além da revisão geral anual.
A paralisação causou consideráveis transtornos no trânsito, com congestionamentos significativos devido à falta de sinalização e à ausência de agentes de trânsito e da Polícia Militar para organizar o fluxo de veículos. A ausência de suporte logístico por parte das autoridades reforçou a percepção de descaso com as reivindicações dos manifestantes.
Em meio ao protesto, líderes sindicais utilizaram um carro de som para expressar a indignação dos servidores com a falta de diálogo por parte do governo estadual. Um dos representantes destacou a legitimidade e a ordem do movimento, enfatizando a união das diversas categorias em torno de pautas comuns: o reajuste do ganho real e indenizações por perdas salariais sofridas ao longo do tempo. A manifestação serviu como um grito uníssono por justiça salarial e reconhecimento do trabalho desempenhado pelos servidores públicos.
A crítica se estendeu aos argumentos sobre os altos custos da folha de pagamento. Um sindicalista rebateu as alegações, apontando a discrepância entre os gastos com o funcionalismo e o alto salário do governador Gladson Cameli, considerado um dos maiores do Brasil, e o consequente impacto nos salários do secretariado. A comparação serviu para evidenciar a falta de coerência na gestão dos recursos públicos.
O deputado estadual Adailton Cruz, presente na manifestação, reforçou a gravidade da situação e alertou para a possibilidade de greve caso o governo não apresente propostas concretas para atender às demandas dos servidores. A menção à greve na área da saúde, marcada para o dia 5 de agosto, ilustra a iminência da paralisação caso o diálogo não seja estabelecido. O tom do discurso foi firme, mas enfatizou a natureza pacífica do protesto, ressaltando a importância da valorização dos servidores públicos para o bem-estar da sociedade como um todo. A manifestação se encerrou com a expectativa de uma resposta efetiva do governo estadual às reivindicações apresentadas.
