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Brasileiros ‘invadem’ redes do presidente da Indonésia após a morte de turista: “Sangue nas mãos”

Brasileiros ‘invadiram’ as redes sociais do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, para acusar o governo indonésio de negligência no caso da morte da brasileira Juliana Marins, que faleceu após sofrer uma queda e permanecer à espera de resgate por quatro dias no Monte Rinjani.
“Nunca vi um país promover um turismo sem ter recursos para resgatar um turista em caso de acidente. Absurdo”, escreveu uma internauta, no último post do presidente no Instagram.
“Negligência sobre a brasileira Juliana. Governo sem noção. Se fosse filho dele ou neta dele, aí queria ver se não ia agir muito rápido. E tem outra: se a trilha é tão perigosa e não tem como resgatar alguém, tem que proibir turismo aí urgente…. Já que esse governo é tão negligente”, comentou outra brasileira.
“O presidente da Indonésia e as autoridades são responsáveis pela morte de Juliana! Eles foram completamente negligentes. Deixaste-a para morrer. Você tem sangue nas suas mãos! #NãoVáParaIndonésia”, manifestou outra pessoa.
Muitos argumentam que o governo da Indonésia “deixou a jovem morrer” e pedem por “justiça por Juliana”. Em contrapartida, os indonésios retrucaram os brasileiros, questionaram a culpa direcionada a Prabowo Subianto e ficaram incomodados com os ataques.
“Ei, Brasil, porque culpa nosso presidente, atacando o presidente da Indonésia? Acha que foi Prabowo que empurrou a Juliana para a brecha?”, escreveu um seguidor. “Ninguém pode condenar o presidente, a não ser os seus próprios cidadãos”, pontuou outro.
Mais alvos
A Agência Nacional de Resgate (Basarnas) também foi alvo. Após receberem críticas de brasileiros nas redes sociais de órgãos oficiais da Indonésia, eles se manifestaram afirmando que os socorristas não devem ser culpados por acidentes.
A postagem foi publicada inicialmente pelo usuário @swarataufik e republicada pela agência, com a seguinte mensagem: “Fazer trilha até o Monte Rinjani é um esporte de turismo extremo. Tenha respeito e conheça seus limites. Quando acontecer um acidente, não culpe os socorristas sem entender o que eles passam”.
Caso de Juliana
Juliana estava fazendo uma trilha pelo Parque Nacional que abriga o Monte Rinjani, na Indonésia, quando caiu dentro do vulcão. Ela escorregou por cerca de 1 km, em uma área de difícil acesso devido às condições do solo e climáticas.
O corpo de Juliana foi resgatado na manhã desta quarta-feira, 25, sendo reconhecido por seu pai, Manoel Marins Filho. Segundo a Agência Nacional de Busca e Resgate do país, os restos mortais da jovem de 26 anos foram içados de um penhasco após cerca de sete horas de trabalho e transportados em maca para uma base.
Agora, o corpo da brasileira foi encaminhado para um hospital. Ele ainda deve ser submetido a exames mais aprofundados, que irão determinar qual foi a causa da morte da brasileira, além da data aproximada em que ela morreu. Até ser encontrada dentro do vulcão, não se sabia o estado de saúde dela, que apareceu imóvel em imagens feitas com drones.
Só depois dos exames é que o corpo será liberado para ser trazido ao Brasil, onde a família poderá se despedir de Juliana.
