Rio Branco corre contra o trabalho infantil: Mais de 700 participantes em evento solidário

A capital acreana se mobilizou neste domingo (29) em prol do combate ao trabalho infantil. A 1ª Corrida Contra o Trabalho Infantil reuniu mais de 700 participantes em um evento que transcendeu a competição esportiva, tornando-se um ato de solidariedade e conscientização social. Com largada em frente ao Palácio Rio Branco, a corrida, promovida pelo governo do Acre, deu um forte recado: o lugar de uma criança é na escola, brincando e aprendendo, não trabalhando.

A vice-governadora e secretária de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), Mailza Assis, liderou a iniciativa, enfatizando a importância da mobilização: “Infelizmente, o Acre ainda apresenta números preocupantes de trabalho infantil. Esta corrida é um grito de alerta, uma forma de unir a sociedade em torno da proteção de nossas crianças.” A mensagem ressoou na energia contagiante dos corredores, que contribuíram com 1kg de alimento não perecível cada, destinados às famílias assistidas pelos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS).

Os percursos de 5km e 10km foram percorridos com entusiasmo e propósito. Ismael de Paula e Dalvanir Alves foram os vencedores nos 5km masculino e feminino, respectivamente. Arlino Silva, vindo de Cruzeiro do Sul, conquistou o primeiro lugar nos 10km masculinos, destacando a importância da causa: “É uma corrida com propósito. Vim de longe porque acredito nessa causa”. Luciana dos Santos venceu a prova feminina de 10km.

Além da corrida, o evento incluiu a entrega de medalhas e o tradicional “banho de mangueira” dos bombeiros, finalizando a manhã com alegria e descontração. A campanha “Toda criança que trabalha perde a infância e o futuro” ecoou forte, lembrando que o ECA completa 35 anos em 2025, e que a luta contra o trabalho infantil é uma responsabilidade coletiva.

Autoridades como o secretário de Governo Luiz Calixto e a diretora de Políticas de Assistência Social, Siomary Benevides, reforçaram a importância da mobilização. Lucinaira Carvalho, representando o Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura, lembrou que o lugar de uma criança é na escola, protegida e acolhida.

Os dados do IBGE de 2024 são alarmantes: cerca de 5.564 crianças e adolescentes acreanos entre 5 e 17 anos estão em situação de trabalho infantil, um número que reforça a urgência da luta. A corrida, que integrou a programação do mês de junho, em celebração ao Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil (12 de junho), contou com o apoio de diversos órgãos e da sociedade civil, mostrando que a construção de um futuro melhor para as crianças acreanas é uma tarefa de todos.