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Trump declara guerra tarifária: 30% de impostos para UE e México

Em uma escalada significativa da guerra comercial, o ex-presidente Donald Trump anunciou a imposição de tarifas de 30% sobre importações do México e da União Europeia, a partir de 1º de agosto. A decisão, divulgada em cartas publicadas em sua rede social, Truth Social, segue semanas de negociações infrutíferas com importantes parceiros comerciais dos EUA.
A medida afeta dois dos maiores parceiros comerciais americanos, representando uma ameaça direta às cadeias de suprimentos transatlânticas e à relação comercial entre os EUA e o México. Trump justificou as tarifas, alegando a necessidade de reduzir déficits comerciais e combater o tráfico de fentanil, embora os dados governamentais indiquem discrepâncias na quantidade de drogas apreendidas na fronteira mexicana e canadense – o Canadá recebeu uma tarifa ainda maior, de 35%.
A União Europeia, embora preparada para a possibilidade de tarifas, expressou sua preocupação com o impacto negativo nas empresas e consumidores de ambos os lados do Atlântico. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a UE continuará buscando um acordo comercial, mas não hesitará em adotar contramedidas proporcionais se necessário. A carta de Trump à UE incluiu a exigência de acesso total e sem tarifas ao mercado americano, indicando uma postura inflexível e unilateral.
O México, que exporta mais de 80% de seus produtos para os EUA, também se encontra em posição delicada. O livre comércio com os EUA elevou o México à posição de principal parceiro comercial americano em 2023, tornando essas tarifas uma ameaça significativa à sua economia.
A decisão de Trump reflete uma estratégia de pressão máxima, buscando um acordo comercial favorável aos EUA. No entanto, a resposta da UE e as potenciais consequências econômicas para ambos os lados sugerem que essa escalada da guerra comercial poderá resultar em um conflito prolongado e de alto custo. A receita gerada pelas tarifas, que já ultrapassou US$ 100 bilhões no ano fiscal até junho, segundo dados do Tesouro americano, demonstra a ambição financeira por trás dessa estratégia agressiva. A resposta oficial do México ainda está pendente.
