ENTRETENIMENTO
Ex-dançarino dos Cobras Dance denuncia abandono e falta de apoio após briga

Kassios Cley, um nome que por 33 anos ecoou nos palcos acreanos como dançarino do renomado grupo Os Cobras Dance, hoje encontra-se em meio a uma polêmica que expõe não apenas uma briga, mas a fragilidade da solidariedade no mundo artístico. Após um incidente em uma casa noturna, que resultou em ferimentos, Kassios viu sua imagem publicamente manchada por declarações de seu ex-colega, Samyron Andrade.
Samyron, em entrevista, atribuiu a saída de Kassios do grupo a um histórico de confusões e a necessidade de manter a imagem impecável dos Cobras Dance. A justificativa, contudo, soa fria e calculada diante do desabafo emocionado de Kassios nas redes sociais. Ele não apenas contesta a versão apresentada por Samyron, mas expõe uma realidade mais complexa e dolorosa.
Kassios, com a voz embargada pela tristeza e decepção, retrata uma trajetória marcada por dedicação e contribuição ao grupo. Seus 33 anos de experiência, a construção de sua imagem positiva junto ao público, a humildade e o respeito demonstrados em sua interação com os fãs – tudo isso parece evaporar diante da falta de empatia e apoio por parte de seus antigos companheiros. O incidente na casa noturna, segundo Kassios, foi uma “fatalidade”, um detalhe insignificante comparado à ausência de um telefonema, de uma visita, de um gesto de solidariedade por parte de quem o conhecia tão bem.
A narrativa de Samyron, que se limita a classificar as declarações de Kassios como “coisas erradas” sem maiores esclarecimentos, apenas reforça a sensação de abandono e injustiça. A omissão, neste caso, fala mais alto que qualquer resposta.
Mais grave ainda é a revelação de que Kassios deixou o grupo sete meses antes do incidente, devido a cachês irrisórios de R$ 100 a R$ 200, um valor que desmerece a trajetória e a contribuição de um artista com tamanha experiência. A imagem de um profissional jogado “na lama”, como ele mesmo descreve, expõe a dura realidade de muitos artistas que lutam por reconhecimento e dignidade, muitas vezes esquecidos e desamparados por aqueles que um dia compartilharam seus sonhos e seus palcos.
A história de Kassios Cley transcende uma simples briga entre ex-colegas. É um retrato da precariedade e da falta de apoio no meio artístico, um alerta sobre a importância da solidariedade e do respeito entre profissionais, e um apelo por uma reflexão mais profunda sobre a valorização daqueles que dedicam suas vidas à arte. A ausência de uma resposta mais humana e compassiva por parte de Samyron e dos Cobras Dance ecoa como um silêncio ensurdecedor, que grita mais alto que qualquer justificativa.
