EXPOACRE
Intérpretes de Libras também foram barrados em show de Zezé Di Camargo e Luciano na Expoacre

A ausência de intérpretes de Libras durante o show da dupla Zezé Di Camargo e Luciano, realizado na Expoacre na segunda-feira (28), gerou forte repercussão entre representantes da comunidade surda e entidades de defesa dos direitos das pessoas com deficiência. A equipe dos artistas teria impedido a atuação dos profissionais no palco, desrespeitando normas que garantem acessibilidade em eventos públicos.
O caso foi denunciado por associações locais e pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que classificaram a medida como uma forma de exclusão. A decisão da produção contraria leis como a nº 10.436/2002, de âmbito federal, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação, além de legislações estaduais e municipais em vigor no Acre.
O vereador de Rio Branco, Felipe Tchê, também se manifestou sobre o episódio, repudiando a atitude da produção do evento. Em nota pública, ele ressaltou a importância da acessibilidade como direito fundamental e cobrou mais compromisso dos organizadores com a inclusão de todos os públicos.
Para as entidades envolvidas, impedir a presença de intérpretes em um show aberto ao público representa não apenas um descumprimento da lei, mas também um retrocesso nos avanços conquistados pela comunidade surda. Até o momento, a equipe dos artistas não se pronunciou sobre o ocorrido.
Imprensa barrada
Além da ausência de acessibilidade, outro episódio gerou indignação durante o show: jornalistas que faziam a cobertura da ExpoAcre foram impedidos de acessar o camarim dos artistas para entrevista coletiva e também não puderam acessar o espaço de shows. Nem mesmo profissionais da Secretaria de Comunicação do Estado (Secom) conseguiram entrar. Além disso, a transmissão ao vivo do show, que seria feita pela Secom e que já estava pronta para iniciar, foi barrada pela equipe dos artistas.
A restrição causou protestos entre os comunicadores, que denunciaram a atitude da produção dos artistas por meio de vídeos e publicações nas redes sociais, classificando o ato como desrespeitoso e incompatível com a transparência esperada em eventos públicos.
