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Augusto Melo se pronuncia e diz que vai contestar resultado de impeachment no Corinthians

O agora ex-presidente Augusto Melo vai contestar o resultado da votação que culminou em sua destituição neste sábado, no Parque São Jorge. Segundo Melo, o pleito apresentou irregularidades e medidas cabíveis serão tomadas. Ele foi afastado oficialmente após 1413 sócios votarem a favor do impeachment, enquanto apenas 620 votaram por seu retorno.
O ex-mandatário acusa que o processo foi conduzido por pessoas que fazem campanha contra ele, sem imparcialidade, e que a diretoria interina permitiu a entrada de membros de torcidas organizadas que intimidaram os votantes. Além disso, o clube não disponibilizou o registro de entrada dos sócios para confrontar com o número de votos, e a apuração ficou sob controle dos adversários segunda a nota do mesmo – veja a nota abaixo.
“O presidente Augusto Melo vai contestar as irregularidades da votação deste sábado (9/8) tomando as medidas cabíveis pelas vias adequadas. Entre os absurdos ocorridos neste sábado está a condução da votação por pessoas que estão em campanha contra Augusto Melo, sem isenção para desempenhar essa função. A diretoria interina permitiu que entrassem no clube membros de organizadas que coagiram os votantes e se negou a disponibilizar o registro de entrada dos sócios no clube, para que fosse possível comparar o número de entradas com o número de votos. A apuração das urnas foi controlada pelos adversários do presidente. Na esfera judicial, todas as medidas estão sendo tomadas para provar a inocência de Augusto Melo em relação a acusações falsas que ensejaram a condução de um inquérito nulo pela Polícia Civil”, diz a nota divulgada por sua assessoria.
O ex-presidente permaneceu no Parque São Jorge durante todo o sábado. Chegou antes da abertura das urnas e evitou contato com a imprensa, permanecendo o tempo todo dentro do ginásio. Deixou o local por uma saída dos fundos enquanto a apuração ainda estava no começo, com apenas cinco urnas contabilizadas.
Augusto foi afastado pelo Conselho Deliberativo no dia 26 de maio, com 176 votos a favor do impeachment parcial e 57 votos contrários ou nulos. A decisão dos conselheiros foi motivada pelo caso envolvendo a VaideBet, antiga patrocinadora, no qual o agora ex-presidente virou réu na Justiça de São Paulo, acusado de associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado, conforme apontado pela Polícia Civil e aceito pelo Ministério Público.
Osmar Stabile, que atualmente ocupa a presidência interinamente, continuará no comando do clube até que Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo (CD), convoque novas eleições presidenciais, conforme previsto no artigo 108 do estatuto.
Stabile tem a possibilidade de concorrer, pois a candidatura é restrita a conselheiros vitalícios ou àqueles eleitos para o CD em pelo menos duas oportunidades. O candidato eleito cumprirá o mandato até o final de 2026, quando terminaria o mandato de Augusto Melo.
Augusto Melo não é o primeiro presidente do Corinthians a sofrer impeachment. Em 1972, Miguel Martinez também enfrentou o processo e foi afastado do clube. Anos depois, em 2007, Alberto Dualib ficou próximo de encarar esse rito, mas renunciou.
