RIO BRANCO
Saneamento irregular atinge mais da metade da população do Acre, aponta levantamento

Rio Branco, AC – Um levantamento recente do Instituto Trata Brasil revela que o Acre enfrenta sérios desafios no setor de saneamento básico, cinco anos após a aprovação do Marco Legal do Saneamento. De acordo com o estudo, 56% da população do estado reside em municípios com contratos irregulares para a prestação de serviços de água e esgoto.
O Acre possui 21 contratos considerados irregulares, o que o coloca entre os estados com maiores dificuldades para alcançar as metas nacionais estabelecidas pelo Marco Legal. Essas metas preveem o abastecimento de água para 99% da população e a coleta de esgoto para 90% até o ano de 2033.
O levantamento do Instituto Trata Brasil também aponta que os municípios com contratos irregulares são os que menos investem em saneamento. Enquanto a média nacional de investimento exigida seria de R$ 223,82 por habitante ao ano, no Acre, o investimento anual não ultrapassa R$ 53,63 por pessoa.
Essa falta de investimento impacta diretamente os índices de atendimento à população. Nas cidades com contratos regulares, 83% dos habitantes têm acesso à água encanada, enquanto nas cidades com contratos irregulares, esse número cai para 63,8%. A diferença é ainda mais evidente na coleta de esgoto: 58% nas cidades regulares contra apenas 27,3% nas irregulares.
A situação do saneamento irregular no Acre representa um obstáculo significativo para o desenvolvimento social e econômico do estado, além de impactar diretamente a saúde e a qualidade de vida da população.