ECONOMIA
Acreano compromete quase 40% do salário mínimo com cesta básica, aponta estudo

Rio Branco, AC – No Acre, o custo da cesta básica de alimentos compromete 39,6% do salário mínimo, segundo dados da plataforma Brasil em Mapas, que utilizou informações do Departamento Intersindical de Estudos e Estatísticas (Dieese) e outros órgãos. Embora o percentual seja menor que a média nacional, ainda representa uma parcela significativa da renda dos trabalhadores acreanos.
A média nacional da cesta básica está em torno de R$ 832, o que corresponde a 63% do salário mínimo, com um aumento acumulado de 9,42% em junho. A cidade de São Paulo registrou o maior custo, com R$ 832,69.
O estudo revela disparidades regionais no custo da cesta básica. As capitais com os maiores gastos são São Paulo, Florianópolis, Rio de Janeiro e Porto Alegre, onde o valor ultrapassa R$ 800 e compromete mais de 60% do salário mínimo líquido. Em contrapartida, as regiões Nordeste e Norte apresentam os menores custos, com valores abaixo de R$ 600, representando cerca de 45% do salário mínimo.
De acordo com cálculos, o salário mínimo necessário para suprir as despesas básicas de uma família brasileira seria de R$ 6.995, quase cinco vezes o valor do salário mínimo vigente (R$ 1.412).
Em junho de 2024, um trabalhador remunerado pelo salário mínimo precisou trabalhar 129 horas para adquirir a cesta básica, comprometendo 63% do seu salário. Em comparação com anos anteriores:
-2023: 130 horas de trabalho, comprometendo 64% do salário.
-2022: 141 horas de trabalho, comprometendo 69% do salário.
-2014: 107 horas de trabalho, comprometendo 53% do salário.
A análise mostra que, em dez anos, o tempo de trabalho necessário para adquirir a cesta básica aumentou, assim como a porcentagem do salário comprometida. Em 2014, eram necessárias 107 horas de trabalho, enquanto em 2024 são 129 horas, representando um aumento de 8,15 pontos percentuais no comprometimento do salário mínimo.
