RIO BRANCO
Acre enfrenta desafio persistente; informalidade atinge quase metade da força de trabalho em 2025

Um levantamento recente revela que a informalidade no mercado de trabalho do Acre permanece em níveis preocupantes, afetando 46,6% dos trabalhadores no segundo trimestre de 2025. Os dados indicam um aumento no número de pessoas ocupadas no setor informal, que saltou de 143 mil em 2024 para 151 mil em 2025, representando um acréscimo de 5,6%.
Apesar do crescimento geral das ocupações, a taxa de informalidade apresentou uma variação mínima, passando de 46,4% para 46,6%. Este cenário demonstra que, na prática, quase metade da população economicamente ativa do estado continua atuando sem a proteção da carteira assinada, o que implica a ausência de direitos trabalhistas e previdenciários.
“O aumento da informalidade é um reflexo da complexidade do mercado de trabalho local, onde muitos trabalhadores buscam alternativas de renda em atividades não formalizadas”, explica Ana Paula Silva, economista e pesquisadora da Universidade Federal do Acre (UFAC). “Essa situação exige políticas públicas mais eficazes para incentivar a formalização e garantir a proteção social desses trabalhadores.”
No segundo trimestre de 2025, o Acre registrou um aumento significativo no número de pessoas empregadas e na participação da população no mercado de trabalho. No entanto, essa expansão concentrou-se principalmente nos setores de comércio e serviços, que tradicionalmente apresentam maiores índices de informalidade.
O estudo aponta para a urgência de medidas que promovam a formalização do trabalho no estado, como a simplificação de processos burocráticos e a oferta de incentivos fiscais para empresas que contratarem trabalhadores formalmente. Além disso, é fundamental fortalecer a fiscalização para combater a informalidade e garantir o cumprimento das leis trabalhistas.
A alta taxa de informalidade no Acre não afeta apenas os trabalhadores individualmente, mas também tem um impacto significativo na economia do estado. A falta de arrecadação de impostos e contribuições sociais dificulta o financiamento de serviços públicos essenciais, como saúde e educação.
Além disso, a informalidade contribui para a precarização do trabalho e a desigualdade social, uma vez que os trabalhadores informais estão mais vulneráveis a condições de trabalho precárias e salários mais baixos.
