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Crise explode na Polícia Penal e protesto abala desfile cívico no Acre

Em um ato inédito e carregado de simbolismo, a Polícia Penal decidiu virar as costas para o desfile cívico realizado nesta sexta-feira, em Rio Branco. O gesto, longe de ser uma simples ausência, representa um grito de revolta contra a atual gestão do sistema penitenciário e escancara a profunda crise que corrói os bastidores da segurança pública acreana.
A decisão de não desfilar foi tomada como forma de protesto silencioso, mas ruidoso em suas consequências. “Chega de perseguições, chega de descaso. O sistema penitenciário pede socorro”, desabafou um policial penal, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
Um sistema à beira do colapso
Enquanto a sociedade se orgulhava das cores da bandeira nas avenidas, dentro dos presídios reinava um cenário sombrio. Déficit de efetivo, estruturas sucateadas, sobrecarga de trabalho e ausência de valorização profissional compõem o retrato de um sistema à beira do colapso.
Fontes ligadas ao Iapen relatam que facções criminosas têm avançado sobre espaços antes controlados pelo Estado, enquanto servidores sofrem pressões e ameaças diárias. “Estamos sendo sacrificados, e a população corre risco sem saber”, revelou outro agente.
O silêncio que ecoa mais alto
A ausência da Polícia Penal no desfile foi interpretada por muitos como um boicote histórico, um ato de coragem contra o autoritarismo e o desprezo da atual gestão. Se, em anos anteriores, a tropa marchava em respeito à Pátria, neste 7 de Setembro a mensagem foi clara: “não há nada a comemorar.”
O que vem pela frente
Nos bastidores políticos, cresce a expectativa de que o gesto tenha repercussões imediatas. Deputados já teriam sido procurados por lideranças da categoria, que prometem novas mobilizações caso não haja uma resposta efetiva às reivindicações.
O recado foi dado em praça pública: a Polícia Penal, braço invisível da segurança pública, não aceita mais ser ignorada. A ausência no desfile não foi omissão, mas um ato de resistência.
E a pergunta que fica é: até quando o Acre vai fingir que não existe uma bomba-relógio prestes a explodir dentro de seus presídios?
