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ONU pede ‘gentilmente’ a redução de suas próprias delegações na COP30 considerando ‘limitações de capacidade’ de Belém

O secretário-executivo da Convenção do Clima da ONU (UNFCCC), Simon Stiell, pediu “gentilmente” para que os chefes da organização revisem o tamanho de suas delegações para a COP30, que irá acontecer em novembro no Brasil, “levando em conta as limitações de capacidade em Belém”. O alerta foi emitido em aviso interno, na última terça-feira, 9.
“Levando em conta as limitações de capacidade em Belém, gostaria de solicitar gentilmente que os chefes do Sistema das Nações Unidas, agências especializadas e outras organizações relevantes revisam o tamanho de suas delegações para a COP 30 e redução de números sempre que possível”, escreveu Simon.
Na sequência, ele explicou que as organizações da ONU não têm limitações no registro de número de participantes para a COP, mas que, mesmo assim, a indicação é para que reduzam os números no máximo possível.
Isso é voltado, principalmente, para os casos dos chamados overflow badges, que são credenciais extras geralmente utilizadas para acompanhantes de funcionários da ONU – como assessores, técnicos e convidados que estão fora do quadro oficial da agência.
“A participação virtual estará disponível para todas as organizações da ONU e mais informações serão disponibilizadas em breve”, complementou.
Nos anexos do documento, que o Terra teve acesso, o secretário-executivo ainda ressalta que o governo brasileiro “fez esforços para garantir quartos de alojamento para os delegados em Belém” e que está “oferecendo uma seleção de opções de acomodação para se adequar em todos os orçamentos”.
“Nós encorajamos fortemente os participantes da COP a reservarem seu alojamento em Belém o mais rápido possível”, finalizou Simon Stiell no documento.
‘Força-tarefa’
O aviso foi emitido em meio a uma crise sobre a disponibilidade de hospedagens para o público da COP. No fim do mês, o presidente Lula chegou a reiterar que a COP30 “não poderia acontecer em nenhum outro lugar senão na Amazônia”.
Em paralelo, o Brasil mobilizou uma “força-tarefa” para confirmar a vinda das delegações internacionais ao evento. “A COP30 será um divisor de águas para o turismo, a economia e a sustentabilidade do Brasil. Estamos trabalhando para que Belém receba o mundo com excelência, garantindo estrutura, logística e hospitalidade, mas, acima de tudo, mostrando que a Amazônia pode liderar a agenda global do clima e do desenvolvimento sustentável”, chegou a afirmar o ministro do Turismo e presidente do Conselho Executivo da ONU Turismo, Celso Sabino, também no fim de agosto.
