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Diferentemente de 2024, Brasil e aliados deixam EUA de fora de evento sobre democracia em Nova York

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva não convidou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a reunião de países progressistas, que promove com Chile e Espanha, na quarta-feira, dia 24, cujo título é Em Defesa da Democracia – Lutando Contra o Extremismo. O encontro ocorre à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas.
No ano passado, 14 países participaram do encontro presidido por Lula e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez. A nova edição em NY tem como patrocinador também o presidente do Chile, Gabriel Boric.
O Uruguai, de Yamandú Orsi, e a Colômbia, de Gustavo Petro, também participaram da reunião prévia em Santiago, um estágio de preparação e ampliação do escopo.
Inicialmente, Lula vinha se referindo à reunião como um encontro de lideranças progressistas, mas depois passou a usar o termo democráticas, na tentativa de ir além do campo da esquerda.
Em 2024, o presidente Joe Biden foi convidado, mas enviou apenas representante diplomático de menor estatura política.
O Itamaraty não havia confirmado até às vésperas do encontro se Trump fora ou não chamado para a nova edição. Agora, sabe-se que ele não recebeu convite. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, mais de 30 países confirmaram participação, pouco mais que o dobro da edição anterior.
Segundo integrantes do governo, não havia ambiente pelo fato de Trump ter promovido uma ingerência no Brasil com o tarifaço, cuja sobretaxa motivação política, como ficou expresso na carta de Trump a Lula e foi dito a empresários brasileiros pelo Departamento de Estado.
A pauta do encontro também se choca com Trump, que prega liberdade de expressão total e rechaça tentativas de regular o ambiente digital. Ele tacha as iniciativas como “censura”.
O encontro tem objetivo de discutir uma proposta de regulação online e responsabilização de plataformas e de perfis anônimos, entre outros temas, como discurso de ódio e crimes virtuais, além de potencial interferência em eleições por meios digitais estrangeiros.
No ano passado, os países representados foram: Barbados, Brasil, Cabo Verde, Canadá, Chile, Espanha, Quênia, Timor Leste, França, México, Colômbia, Senegal, Estados Unidos da América e Noruega.
Dos líderes, estiveram presentes Lula (Brasil), Pedro Sánchez (Espanha), Emmanuel Macron (França), Mia Mottley (Barbados), José Maria Neves (Cabo Verde), Gabriel Boric (Chile), Justin Trudeau (Canadá), Charles Michel (Conselho Europeu), Xanana Gusmão (Timor Leste) e Jonas Gahr Støre (Noruega)
O presidente Luula deve fazer menos de 10 reuniões bilaterais, embora tenha recebido cerca de 30 pedidos de encontro com líderes e um número similar por parte de personalidades públicas. Uma deles, pode ser com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski.
