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CIDADES

Atos contra proteção a parlamentares e anistia mostram repúdio ao Congresso

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Imagem aérea do ato na Avenida Paulista, região central de São Paulo, neste domingo, 21, contra a PEC da Blindagem, aprovada na Câmara, que pode dificultar processos criminais contra parlamentares, contra a Pec da Anistia e pela Soberania do país Foto: Marcelo D. Sants/Ato Press/Estadão Conteúdo

Artistas, políticos e movimentos sociais de esquerda protestaram em mais de 30 cidades brasileiras, incluindo as capitais, contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem e a anistia a condenados pela tentativa de golpe em 8 de Janeiro de 2023. Os maiores atos ocorreram em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Na capital paulista, manifestantes levaram uma grande bandeira do Brasil, em um contraponto à dos Estados Unidos, que foi exibida por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante ato a favor da anistia, no dia 7 de Setembro. Segundo o Monitor do Debate Público da USP, 42,4 mil pessoas compareceram ontem à Avenida Paulista. No Rio, de acordo com o mesmo instituto, foram 41,8 mil.

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Os atos em todo o País foram marcados por críticas ao Congresso, após a aprovação do requerimento de urgência do projeto que anistia os condenados pelos ataques do 8 de Janeiro, e surpreenderam aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os manifestantes também pediram que Bolsonaro cumpra a pena de 27 anos imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Os protestos foram promovidos por artistas, movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos. Foram as maiores manifestações da esquerda em tempos recentes. A manifestação pró-anistia convocada pelo pastor Silas Malafaia, em 7 de Setembro, também reuniu 42,2 mil manifestantes na Avenida Paulista, segundo o Monitor do Debate Público da USP. Antes, em junho, um ato de apoio ao ex-presidente, no mesmo local, teve comparecimento menor: 12,4 mil pessoas. “Não tem meio-termo, não tem anistia light, anistia raiz, nem anistia Nutella”, disse o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), que participou do ato em São Paulo.

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Na praia de Copacabana, no Rio, o ato contou com apresentações musicais de Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan, Marina, Ivan Lins, Maria Gadú, Paulinho da Viola e Lenine. Ali, os manifestantes carregaram dois grandes bonecos infláveis: um de Bolsonaro, com camisa de presidiário, e outro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o chapéu do “Tio Sam”. Cartazes com os dizeres “Congresso, vergonha nacional!” e “Os piores deputados da História”, além dos motes “Sem anistia” e “Não à PEC da Bandidagem” eram exibidos em vários locais.

Já em Brasília a manifestação foi marcada por ataques a Bolsonaro, tido como um dos principais beneficiários do PL da Anistia.

Durante o ato, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) fez duras críticas ao Legislativo. “Temos que tomar consciência de que, para mudar este País, temos que mudar o Congresso”, disse o ex-ministro. O ato contou com as apresentações de Chico César e Djonga.

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Em Salvador, a manifestação envolveu uma caminhada do Farol ao Cristo, com um trio elétrico puxado pela cantora Daniela Mercury, que se manifestou nas redes. “Estamos na rua! Contra a PEC da Bandidagem e da Anistia. Salvador dando exemplo de luta pela democracia”, escreveu. O ator Wagner Moura também subiu no caminhão do trio elétrico e afirmou que “aqui, a extrema direita não se cria”. A percussionista Lanlan e sua mulher, a atriz Nanda Costa, também estiveram presentes.

Em Belo Horizonte, a manifestação teve início pela manhã, na Praça Raul Soares. Do carro de som, um organizador do evento puxou o grito “bom dia, sem anistia para golpista!”, que foi repetido pelos manifestantes. A frase foi entoada em diferentes momentos. Bandeiras do Brasil também marcaram o protesto na capital mineira. Em uma delas, estava escrito “Brasil soberano é o povo no poder”. Uma das atrações do ato foi a cantora Fernanda Takai, da banda Pato Fu.

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Em Belém, os manifestantes se reuniram em frente ao Theatro da Paz, na Praça da República, e seguiram até a Estação das Docas. Além de apresentações musicais, houve a presença do ator Marco Nanini. Aliados do presidente Lula destacaram que a mobilização nas ruas também tinha o objetivo de pedir o avanço de pautas populares. Nessa lista estão a taxação dos super ricos, a isenção do Imposto de Renda para os que ganham até R$ 5 mil e o fim da escala de trabalho 6 por 1. Todas essas pautas serão usadas na campanha de Lula à reeleição, em 2026.

O músico Jota.pê, que se apresentou na Avenida Paulista, conversou com o Estadão antes de se dirigir ao público. “É essencial estarmos aqui para mostrar a importância da política para os jovens da periferias”, afirmou. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), por sua vez, reforçou: “Não aceitamos impunidade com essa PEC. Vamos lutar contra esse absurdo”.

O texto da PEC da Blindagem diz que deputados e senadores só poderão ser presos em caso de flagrante por crime inafiançável e restringe processos criminais contra os parlamentares. Até presidentes de partidos são beneficiados com foro privilegiado. A proposta seguiu para aprovação do Senado. Já o projeto de anistia continua na Câmara. Na quarta-feira, dia 17, a Câmara aprovou urgência do tema. Na quinta, dia 18, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), oficializou o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (Solidariedade-SP), como relator do projeto.

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Motta vira alvo de atos e Gleisi diz que ‘Brasil não vai voltar atrás’

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) foi um dos principais alvos dos manifestantes nos protestos de ontem.

Na Avenida Paulista, por exemplo, Motta foi xingado, vaiado e chamado de “traidor” e “inimigo do povo”. Até mesmo em João Pessoa (PB), reduto eleitoral do presidente da Câmara, os manifestantes carregaram cartazes com os dizeres “Paraíba, não reeleja Hugo Motta”.

Após os atos, a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-RS), afirmou que postou mensagem nas redes sociais dizendo que o presidente Lula desembarcou em Nova York para a Assembleia Geral da ONU acompanhado do povo brasileiro. “O Brasil não vai voltar atrás na punição aos que atacaram a democracia”, escreveu ela.

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