RIO BRANCO
Mistério do cheiro tóxico em Rio Branco; treinamento policial pode ser a causa

RIO BRANCO, ACRE – 23 de setembro de 2025 – Um forte cheiro de gás tóxico que causou pânico e mal-estar em moradores e motoristas da região do Parque Ipê e da Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre) na noite de segunda-feira (22) pode ter sido causado por resíduos de um treinamento da Polícia Militar (PM-AC). A informação foi divulgada pela corporação nesta quarta-feira (23), após investigações sobre o incidente.
O episódio causou cenas de aflição na BR-364, com relatos de ardência nos olhos, dificuldades respiratórias e desmaios. Muitos motoristas e motociclistas foram forçados a parar no acostamento, buscando alívio para os sintomas. Testemunhas descreveram o cheiro como similar ao de gás lacrimogêneo, levantando suspeitas de um possível vazamento ou liberação intencional.
Em comunicado oficial, a PM-AC esclareceu que, embora não houvesse treinamento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em andamento no momento do incidente, um evento que utilizou gás lacrimogêneo ocorreu na tarde de segunda-feira. “É possível que partículas remanescentes tenham permanecido no ar e, posteriormente, sido deslocadas pelo vento em direção à rodovia, situação inédita até então”, explicou a corporação. A Polícia Militar expressou seu pesar pelos transtornos causados à população.
Enquanto funcionários da Fundhacre e do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) descartaram vazamentos internos, um vigilante da empresa Columbia relatou a intensidade do odor: “Era um cheiro muito forte, como de gás lacrimogêneo. Dava ardência nos olhos e dificuldade para respirar. Vários motociclistas e motoristas pararam aqui na frente passando mal”.
Apesar do pânico e do mal-estar generalizado, a assessoria da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) confirmou que não houve registros de atendimentos relacionados ao incidente no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ou no Pronto Socorro de Rio Branco.
As autoridades seguem investigando o caso para determinar a extensão do impacto e garantir que medidas preventivas sejam tomadas para evitar que situações semelhantes se repitam. A Polícia Militar se comprometeu a revisar seus protocolos de treinamento para minimizar os riscos de exposição da população a resíduos de gás lacrimogêneo.
