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CIDADES

Família de menina morta ao ser espancada em escola está ‘traumatizada’, diz advogado

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Alícia Valentina teve morte cerebral após apresentar sangramentos. Ela foi espancada por colegas na escola Foto: Reprodução/Redes sociais

A família de Alícia Valentina, de 11 anos, morta após ser espancada por colegas em uma escola de Belém do São Francisco, em Pernambuco, aguarda a audiência marcada para o próximo dia 14 de outubro. Nela, serão ouvidas testemunhas que presenciaram a violência que a menina sofreu ao negar ficar com um garoto de idade próxima.

“A família está completamente traumatizada”, descreveu Pedro Eurico Barros, advogado que representa os pais da jovem no processo. Em contato com o Terra, ele relatou que a equipe jurídica contesta a afirmação da escola –que diz ter prestado toda assistência–, pois Alícia foi levada ao posto de saúde e liberada na sequência.

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“A garota sofreu a lesão, o espancamento, a escola a levou para o posto de saúde da cidade e o médico a liberou imediatamente dizendo que não tinha problema. [Ela] ainda chegou em casa sangrando pelo ouvido e pelo nariz. Aí a mãe a levou para o hospital, e lá resolveram transferir a menina para o município de Salgueiro”, explica.

Barros ressaltou que a distância entre as duas cidades é de aproximadamente 80 km. Na unidade de Salgueiro, foi constatada uma lesão cerebral. “Depois levaram para o Recife, são mais 500 km. A garota chegou praticamente morta. O que se está apurando é a negligência”, apontou.

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Em nota publicada nas redes sociais dois dias após a morte da menina, a Prefeitura de Belém do São Francisco lamentou o caso e afirmou que prestou toda a assistência à família de Alícia. Além disso, negou negligência por parte do atendimento médico ou omissão.

“Em momento algum houve omissão por parte do Poder Público, que continua empenhando todos os esforços possíveis para garantir acolhimento e suporte neste momento tão doloroso. Esclarecemos ainda que não houve negligência médica ou alta hospitalar pelos profissionais da saúde que realizaram o atendimento da menor Alícia Valentina no Hospital Municipal Dr. José Alventino Lima. Salientamos que a menor foi levada para  casa, por sua mãe, sem autorização da médica plantonista. Informamos ainda que o caso foi devidamente encaminhado às autoridades competentes, responsáveis pela investigação das circunstâncias do ocorrido”, diz em um trecho.

A Polícia Civil concluiu o inquérito, e o adolescente suspeito da agressão foi apreendido. Em nota, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) informou que recebeu o inquérito policial concluído e com base nele tomou todas as providências cabíveis.

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Ainda segundo o MP, o processo já se encontra em regular trâmite no Poder Judiciário de Belém de São Francisco. Mais detalhes não podem ser repassados, conforme o órgão, pois envolve adolescentes e tramita sob segredo de Justiça.

“Acho que nós estamos vivendo um tempo extremo de violência em todos os setores, em todos os níveis, inclusive na comunidade escolar. Isso é um exemplo de que é preciso tomar providências em relação a esse tipo de agressão. Está acontecendo violência na escola contra uma menina de 11 anos. A menina morreu porque não quis ‘ficar’ com um adolescente, que também tem 12 ou 13 anos”, argumentou o advogado.

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Relembre o caso

Inicialmente, o caso era tratado como se Alícia Valentina tivesse sido espancada por colegas dentro da Escola Tia Zita, em Belém do São Francisco, no dia 3 de setembro. Mas, depois, a polícia apurou que um só adolescente teria agredido a menina.

Ela foi levada por funcionários da escola para o hospital porque estava com um sangramento no nariz. Ela foi atendida e liberada. Em casa, o ouvido da menina sangrou, e ela foi levada a um posto de saúde por familiares. Foi atendida e liberada novamente.

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Ao chegar em casa, Alícia vomitou sangue e, dessa vez, foi levada ao hospital da cidade, sendo transferida para um hospital de Salgueiro. No dia seguinte, o quadro se agravou, e ela foi levada para o Hospital da Restauração, no Recife. A morte dela foi confirmada em 6 de setembro.

A escola informou, por meio de comunicado nas redes sociais, que prestou todo o socorro necessário. “A direção da escola informa que, em tempo hábil, prestou todo o socorro à aluna, conduzindo-a ao hospital e garantindo a devida assistência. Comunicamos ainda que, nesta data, o Conselho Tutelar, juntamente com a Secretaria de Educação, estarão presentes na escola para acompanhar o caso e adotar as devidas providências. Agradecemos a compreensão de todos.”

 

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