CIDADES
Hoje, eles são corredores: Mulher superou o câncer de mama e a pergunta do filho ‘Você vai morrer?’

Adriana Mani, 53 anos, chegou ao Ibirapuera, na zona sul de São Paulo, ao lado do filho, Tomás Mani, de 12 anos. Os dois correram juntos os 5 km da 62ª edição da Corrida e Caminhada Contra o Câncer de Mama, neste domingo, 12.
A corrida faz parte da campanha O Alvo Azul, que busca conscientizar mulheres sobre o câncer de mama. Os recursos arrecadados com a campanha são destinados ao Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), que atende, principalmente, pacientes dos Sistema Único de Saúde (SUS).
Adriana participava da campanha desde que a conheceu. “Era uma forma de ajudar o IBCC a arrecadar recursos, mas nem imaginava que seria ali, naquele hospital, que eu seria cuidada e salva anos mais tarde.”
A confirmação do câncer de mama veio um dia após o aniversário de 5 anos de Tomás. O diagnóstico trouxe medo e insegurança: “Eu esperava todos dormirem para chorar sozinha e muitas vezes ouvi meu filho falar do quarto dele: ‘Mamãe, te amo’. Chegava lá e ele ainda estava dormindo”, lembra Adriana.
“Eu era muito pequeno quando minha mãe ficou doente, mas me lembro que tinha medo dela morrer”, lembra Tomás. Emocionada, Adriana lembra a resposta até hoje.
“Sempre fui muito honesta com ele, naquele momento, eu só podia responder que sim, havia essa possibilidade: eu poderia morrer, mas faria de tudo para ficar bem e ficar aqui.”
O apoio da família e do marido foram fundamentais para a recuperação. “Cuidar bem, qualquer pessoa generosa faz, mas cuidar com amor e manter o mesmo carinho e respeito, não ser abandonada, é uma experiência que poucas mulheres experimentam nessa jornada. Me sentir amada e ter meu marido ao meu lado, fez toda a diferença.”
Sete anos após o diagnóstico, depois de passar por cirurgia e sessões de quimioterapia, mãe e filho comemoram a cura juntos.
“Pode até parecer chocante o que vou dizer, mas ter passado por essa experiência foi incrível e me curou de muitas outras coisas que não posso nem enumerar.”
