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CIDADES

‘Serial killer’ matou 4 pessoas envenenadas em 5 meses no RJ e em SP

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Ana Paula Veloso Fernandes é acusada de matar quatro pessoas envenenadas Foto: Reprodução/TV Globo

A universitária Ana Paula Veloso Fernandes, de 36 anos, é acusada de matar quatro pessoas por envenenamento em cinco meses. Os crimes ocorreram em Guarulhos, região na Grande São Paulo, e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. As vítimas são o dono de um imóvel que ela morava, uma amiga, um idoso pai de uma amiga de faculdade e um namorado tunisiano.

De acordo com a TV Globo, ela teve ajuda de duas pessoas: a irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, de 35 anos, e Michelle Paiva da Silva, de 43, filha de uma das pessoas mortas. As três estão presas preventivamente.

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A investigação é comandada pela Polícia Civil de SP e do RJ. Conforme a apuração das autoridades, Ana Paula é de Duque de Caxias, mas se mudou para Guarulhos em janeiro, trazendo a irmã, depois de pedir transferência da faculdade de Direito.

Na cidade, ela fez três vítimas:

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Marcelo Fonseca – é dono do imóvel que ela supostamente alugou para morar e morreu em janeiro;
Maria Aparecida Rodrigues – uma amiga que ela conheceu virtualmente;
Hayder Mhazres, um namorado tunísio, morto em maio.

Ela também faz uma vítima em sua cidade natal
Neil Corrêa da Silva, pai de uma ex-colega de faculdade, em abril.

Testemunha de várias mortes

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Segundo o delegado Halisson Ideião, que está à frente do caso, Ana Paula passa a morar com Marcelo Fonseca sob o pretexto do suposto pagamento de um aluguel. “Ele morava sozinho e as pessoas não iam muito à residência. Elas verificaram ali uma oportunidade de ficar com a residência e, a partir daí, decidem matá-lo”, explicou.

A suspeita, então, o deixa morrer e só chama a polícia vários dias depois para dificultar a investigação. A polícia tratou a morte como suspeita. Ela continua morando no local e começa a sair com um policial militar que conheceu numa rede social. A relação não dura porque ele é casado.

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Então, ela decide se vingar dele. Ela conhece Maria Aparecida Rodrigues  em um aplicativo de relacionamento e se apresenta como Carla. A investigação aponta que ela matou a vítima para incriminar o policial.

“Ela faz com que a vítima compre um chip, faça um bilhete, coloca o nome do policial com frases como ‘perigoso’, ‘homem perigoso’, ‘vai me matar’. A Maria Aparecida come o bolo e horas depois vem a passar mal e morre sozinha na residência. O objetivo dela neste caso não era que fosse feito um boletim de ocorrência de morte natural, mas sim de morte suspeita”.

Ana Paulo liga para a polícia e denuncia um ‘assassinato’. Na ligação, diz que a mulher teve uma briga com um policial e que ele ameaçou Maria de morte. No entanto, o caso é registrado como morte natural, deixando-a frustrada.

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Ela não desiste de culpar o PM e liga novamente para a polícia, dizendo que encontrou um bolo supostamente envenenado na sala onde  estuda e que nele havia um bilhete, assinado com o nome da esposa do PM com quem ela se envolveu.

“A polícia vai até a universidade e ela é a comunicante. Naquele momento, ela era a vítima de uma suposta ameaça de envenenamento. Ela deu um depoimento trazendo informações de que esse policial militar poderia ter matado a Maria Aparecida”, reforçou o delegado.

Ponto de virada

A polícia, então, faz um levantamento de vários boletins de ocorrência em que o nome dela aparece como denunciante ou testemunha. As autoridades percebem que os casos de Marcelo e Maria tem características semelhantes e passaram a desconfiar do comportamento dela, que além de tudo, ia constantemente à delegacia para saber do inquérito policial, se o bolo estava mesmo envenenado.

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“Esse é o ponto de virada da investigação. Estávamos diante de uma serial killer”, apontou Ideião.

Outras vítimas

O medo da polícia, a partir da constatação, é de que ela fizesse outras vítimas. No entanto, o que eles viriam a descobrir é que ela já tinha matado. Ela comunicou em maio a morte do cidadão da Tunísia, Hayder Mhazres, de 21 anos, com quem ela tinha um relacionamento.

Junto com a irmã, elas forjam uma suposta gravidez da Ana Paula. Só que o homem resolveu encerrar o relacionamento. A partir daí, ela decide matá-lo. No dia da morte, ela compra um milkshake junto do homem, coloca veneno e eles seguem em direção à casa dele.

“Ele começa a passar mal, a Ana Paula tenta fingir que está socorrendo ele, ela chega a mandar um vídeo para a irmã, que tinha ciência também do plano criminoso. Logo depois, ele vem a morrer”, explicou o delegado.

Outra vítima da universitária é Neil, a única que não tinha relação direta com a suspeita. Segundo a polícia, o assassinato dele foi encomendado por um ex-colega de faculdade que queria matar o próprio pai, a Michelle. A filha compra a passagem de Ana Paula até Duque de Caxias, que vai até a cidade levando um frasco de chumbinho.

“Ele [Neil] tinha um problema de mastigação e só comia comida batida no liquidificador. A própria Michelle preparou a comida, colocou um frasco do chumbinho levado por Ana Paula e ofereceu ao pai. O senhor Neil vem a falecer no hospital. Elas rompem e começam a se acusar mutuamente.”

TCC

Durante a investigação, a polícia encontrou indícios de que Ana Paula e a irmã Roberta cobrariam R$ 4 mil por crimes futuros. Elas tratavam o assassinato por encomenda como TCC, em alusão ao Trabalho de Conclusão de Curso.

“Ela é uma serial killer, e está sendo objeto do Núcleo de Análise Comportamental do DHPP da Capital”, declarou o delegado. A universitária e a irmã Roberta foram presas nos últimos meses. Já Michelle, foi detida no último dia 8 na faculdade onde estuda no Rio de Janeiro.

Em depoimento à polícia, Ana Paula confesou que “ajudou uma amiga que mandou matar o pai”, e também o assassinato de Marcelo, mas negou que tenha usado veneno. “Eu fui com uma faca e dei uma facada na axila dele”.

Porém, a polícia diz que não havia perfuração na vítima e que Ana Paula mentiu no depoimento para atrapalhar as investigações. A defesa das irmãs nega as acusações e diz que a acusada apenas relatou os fatos, e que a verdade será esclarecida ao final das investigações. Já a família de Michelle diz que  ela foi manipulada pela amiga.

 

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