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RIO BRANCO
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GERAL

Mesmo com casa própria e veículo, beneficiários podem manter o BPC/LOAS — entenda como o INSS faz essa análise

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Cena ilustrativa mostra mulher conferindo papéis e avaliando critérios do BPC/LOAS, tema da matéria sobre a análise do INSS em casos com casa e veículo próprio.

Benefício garante renda mínima a idosos e pessoas com deficiência, e o INSS esclarece quando a posse de bens não impede o recebimento

Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), é uma das principais políticas de amparo social no Brasil. Criado em 1993, ele assegura um salário mínimo mensal a idosos com mais de 65 anos e pessoas com deficiência que não têm condições de se sustentar ou de contar com apoio financeiro da família.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), mais de 5 milhões de brasileiros dependem atualmente do BPC para sobreviver com dignidade. No entanto, muitos ainda acreditam que ter casa própria ou carro impede o recebimento do benefício, o que não é verdade em todos os casos.

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Critério de renda define a vulnerabilidade

Para ter direito ao BPC/LOAS, a renda familiar mensal por pessoa deve ser igual ou inferior a ¼ do salário mínimo, ou seja, R$ 379,50 em valores atuais. O cálculo considera todas as rendas da casa divididas pelo número de moradores.

Porém, o INSS pode abrir exceções quando houver comprovação de vulnerabilidade social, mesmo que a renda ultrapasse o limite. Essa avaliação é feita caso a caso, com base em relatórios sociais e visitas domiciliares.

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Além disso, benefícios como o Bolsa Família e o Auxílio Brasil não entram na conta da renda familiar. Também podem ser abatidos gastos essenciais, como medicamentos, fraldas descartáveis, alimentação especial e consultas médicas particulares comprovadas por laudos e notas fiscais.

Ter casa ou carro não elimina o direito ao benefício

Um dos maiores equívocos sobre o BPC é imaginar que possuir bens básicos, como uma casa ou um veículo, automaticamente anula o direito ao benefício.

Na prática, a posse de uma casa própria não impede o acesso ao BPC, pois a moradia é considerada um bem essencial à sobrevivência. Assim, mesmo que o beneficiário seja proprietário de um imóvel simples, ele ainda pode ser enquadrado como em situação de vulnerabilidade econômica.

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O mesmo vale para o automóvel. O INSS analisa o contexto do bem — como valor, tipo de uso e necessidade. Para pessoas com deficiência, por exemplo, o carro muitas vezes é indispensável para locomoção, especialmente em regiões com pouca acessibilidade urbana.

Portanto, ter casa e carro não significa automaticamente perder o direito ao BPC/LOAS, desde que o solicitante comprove renda insuficiente e mantenha a vulnerabilidade social comprovada.

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Como o INSS comprova a vulnerabilidade social

Durante o processo de análise, o INSS exige documentação detalhadacomprovantes de despesas médicaslaudos de saúdenegativas de fornecimento pelo SUS e declarações sociais. Além disso, assistentes sociais podem realizar visitas domiciliares para avaliar as condições reais da família.

Essas medidas garantem transparência e justiça na concessão do benefício, evitando fraudes e garantindo que o auxílio chegue a quem realmente precisa.

MDS anunciou que, com o cruzamento de dados entre o CadÚnico e a Receita Federal, haverá revisões periódicas para manter o cadastro atualizado e reduzir o tempo de espera das solicitações.

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Importância econômica e social do benefício

BPC/LOAS é reconhecido como uma ferramenta essencial de combate à extrema pobreza no país. Em tempos de aumento do custo de vida e inflação persistente, o benefício garante estabilidade mínima de renda para milhões de famílias.

Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) apontam que cada real investido em assistência social gera R$ 1,78 em retorno econômico, movimentando o comércio local e fortalecendo a economia das comunidades mais pobres.

Além disso, o benefício não exige contribuição previdenciária, o que o torna acessível a trabalhadores informais e desempregados, que muitas vezes estão à margem do sistema previdenciário tradicional.

O que esperar das próximas atualizações

Com a modernização dos sistemas e o avanço das ferramentas digitais, o INSS pretende agilizar a análise dos pedidos, reduzindo o tempo médio para até 30 dias úteis. Essa digitalização busca tornar o processo mais rápido e acessível, sem comprometer os critérios de transparência e rigor técnico.

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Por fim, especialistas alertam que o desafio do país é manter o equilíbrio entre sustentabilidade fiscal e justiça social, garantindo que o benefício continue chegando a quem mais precisa — mesmo quando o beneficiário possui bens básicos como um imóvel ou um carro de uso pessoal.

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