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Bisneta de Dom Pedro II foi a última a usar joia roubada no Louvre

O colar de safiras que pertenceu à realeza francesa e integra o acervo do Museu do Louvre, em Paris, foi uma das joias roubadas durante o assalto ocorrido neste domingo, 19. A peça, avaliada em milhões de euros, tem uma longa trajetória que entrelaça a história das famílias imperiais da França e do Brasil. O artefato foi usado pela última vez em público pela princesa Isabel d’Orléans III, bisneta de Dom Pedro II.
Segundo o Museu do Louvre, o colar é composto por oito safiras de diferentes tamanhos e trinta e um diamantes, montados em delicadas correntes articuladas de ouro. O conjunto fazia parte de uma parure – combinação de colar, tiara e brincos – que pertenceu originalmente à rainha Maria Amélia da França, esposa do rei Luís Filipe I.
A peça foi adquirida pelo museu em 1985 e exposta na Galerie d’Apollon, ao lado de outros tesouros da monarquia francesa, como as coroas de Napoleão III e da imperatriz Eugênia.
A história das joias atravessa gerações da família Orléans. Após passar pelas mãos de descendentes de Maria Amélia, o conjunto chegou à Condessa de Paris e, mais tarde, à princesa Isabel d’Orléans, que herdou as relíquias por meio do casamento com o Conde de Paris – também seu primo.
A conexão entre a Casa Imperial Brasileira e a realeza francesa remonta ao século XIX. O príncipe François de Orléans, filho de Maria Amélia, casou-se com a princesa Francisca de Bragança, irmã de dom Pedro II. Décadas depois, a princesa Isabel, filha do imperador brasileiro que assinou a Lei Áurea, reforçaria essa aliança ao se casar com Luís Filipe Maria Fernando Gastão de Orléans, o Conde d’Eu. Da união nasceram descendentes que preservaram tanto o nome quanto o legado simbólico das duas monarquias.
Jean d’Orléans, atual Conde de Paris e neto da princesa Isabel d’Orléans, expressou pesar pelo desaparecimento das joias. Em nota divulgada nas redes sociais, ele afirmou que o roubo representa “uma perda irreparável não apenas para a família, mas para a França”. Segundo ele, as peças “são parte viva da história nacional e do artesanato que definem o espírito francês”.
O herdeiro também prestou solidariedade às equipes do Louvre envolvidas na investigação e destacou que o colar roubado havia sido utilizado tanto por sua mãe quanto por sua avó.
