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Médica plantonista atestou morte de bebê, mas outra profissional assinou declaração de óbito em caso José Pedro

O prontuário médico da Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, revela que a médica plantonista da UTI Neonatal, Dra. Charlene Cristine Rodrigues Menezes (CRM 2045/AC), foi quem realizou a avaliação e constatou a ausência de sinais vitais no bebê José Pedro, prematuro extremo de 23 semanas. No entanto, a declaração de óbito foi assinada por outra médica, Dra. Jhersyka Kessis Gonçalves Carvalho Campos (CRM 3292/AC).
De acordo com o registro hospitalar, datado de 24 de outubro de 2025, a mãe do bebê, Sabrina Souza da Costa, entrou em trabalho de parto prematuro sem causa aparente. O prontuário descreve que ocorreu a expulsão do concepto com bolsa íntegra, feto e placenta.
A médica plantonista relatou ter realizado a ruptura da bolsa amniótica, momento em que observou ausência de atividade fetal, cianose e frequência cardíaca inaudível. O feto, com 525 gramas, foi declarado morto às 21h10.
Cerca de 13 horas após o parto, já fora das dependências da maternidade, o bebê — filho de Marcos dos Santos Fernandes e Sabrina Souza da Costa, moradores de Pauini (AM) — apresentou sinais vitais durante o próprio sepultamento, no Cemitério Morada da Paz, no bairro Calafate, em Rio Branco.
Durante a cerimônia, familiares relataram ter ouvido um choro vindo de dentro do caixão. José Pedro foi imediatamente retirado e levado de volta à maternidade, sendo transferido em seguida para o Hospital da Criança, onde permanece internado em estado gravíssimo.
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) informou, em nota, que instaurou uma apuração interna para esclarecer as circunstâncias do caso “com total transparência e responsabilidade”.
A Polícia Civil também abriu inquérito para investigar possíveis falhas médicas e administrativas. O pai da criança registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
O caso segue sob investigação.









