Polícia prende mais de 30 suspeitos na Bahia em operação contra o Comando Vermelho

Mais de 30 pessoas foram presas durante uma operação policial contra o tráfico de drogas na manhã desta terça-feira, 4, em Salvador. A Operação Freedom é realizada para desarticular o núcleo armado e financeiro da facção criminosa Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, que atua na Bahia.

A ação é executada de forma simultânea na Bahia e no Ceará, e resultou, até o momento, na prisão de 31 pessoas e no cumprimento de 46 mandados de busca e apreensão.

A ação acontece seis dias após a megaoperação contra a mesma organização criminosa nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. No total, 121 pessoas morreram, incluindo quatro policiais, no que foi considerada a operação mais letal da história.

A polícia cumpre 90 mandados judiciais, e estão envolvidos agentes das polícias Civil, Federal e Militar, em bairros e no sistema prisional em Salvador, nos bairros da Liberdade, Uruguai, Pernambués, Narandiba e Areia Branca, nos municípios de Aratuípe e Ilhéus, e também na cidade de Eusébio, no Ceará.

Um dos presos é apontado como chefe da organização criminosa em Salvador. A companheira dele seria responsável pelo controle financeiro da facção, e também foi presa. Os dois suspeitos não tiveram seus nomes divulgados, mas segundo a polícia, estavam escondidos em Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza, Ceará.

A Justiça também bloqueou 51 contas bancárias de alvos da operação, além de expedir os mandados de prisão e de busca e apreensão.

Segundo a Polícia Civil, os investigados da Operação Freedom são suspeitos de homicídios e expansão do tráfico de drogas em Salvador e outras cidades. A expectativa é que, com as prisões, pelo menos 30 assassinatos ocorridos na capital baiana sejam esclarecidos.

“O objetivo é desarticular o núcleo armado e financeiro desta facção, responsável por homicídios e pela expansão do tráfico de drogas aqui em nosso estado”, afirmou o delegado de operações, Jorge Figueiredo. “São mais de 90 mandados judiciais, cumpridos simultaneamente na capital e no estado do Ceará. Hoje, mais uma vez, mostramos que a Bahia não se curva ao crime”.

A operação tem como foco enfraquecer a estrutura criminosa, apreender armas e bens, prender lideranças e interromper o fluxo de recursos ilícitos usados para sustentar o domínio territorial e a prática de homicídios. Mais de 400 policiais civis e militares participam da ação.

Segundo o delegado-geral da Bahia, André Viana, a operação “tem um viés de asfixia financeira, de apreensão de recursos financeiros de uma organização originada do Rio de Janeiro”. “Esse recurso, no futuro, será utilizado justamente no enfrentamento à criminalidade”.