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MUNDO

3I/ATLAS representa ameaça à Terra? 6 perguntas para entender o cometa misterioso

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Chamando atenção por suas raridade e características únicas, o cometa 3I/ATLAS está sendo estudado na busca de pistas sobre a formação de estrelas e mundos muito além do Sistema Solar International Gemini Observatory/NOIRLab/NSF/AURA/Shadow the Scientist

Desde 1º de julho deste ano, astrônomos de todo o mundo têm seus olhos voltados a um misterioso visitante no Sistema Solar. O objeto interestelar 3I/ATLAS foi identificado como um cometa muito brilhante, que está se movendo rapidamente pelo nosso quintal espacial.

Com sua passagem e aproximação do Sol, surgem dúvidas sobre as características que ele possui e se ele pode ser considerado uma ameaça para a Terra. Um post da ESA (Agência Espacial Europeia), permite entender sobre as particularidades do 3I/ATLAS e o que o torna um evento tão raro de ser observado pela humanidade. Vamos às principais dúvidas sobre o objeto espacial mais falado do momento.

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O que é um cometa interestelar, como o 3I/ATLAS?

Cometas nada mais são que grandes corpos celestes formados de gelo, poeira e rocha que viajam em alta velocidade pelo universo. Grande parte dos cometas conhecidos orbitam o Sol – é o caso do Cometa Halley, que possui uma órbita elíptica e periódica ao redor da estrela.

Porém, o 3I/ATLAS é diferente. Antes de ser descrito como um cometa, os astrônomos já sabiam de que se tratava de um objeto interestelar, ou seja, um corpo vindo de fora do nosso sistema solar. Um evento desse tipo é raríssimo, sendo apenas o terceiro a ser registrado – os outros dois anteriores foram o 1I/ʻOumuamua e o 2I/Borisov.

Por que o nome 3I/ATLAS?

Antes, os cometas eram tradicionalmente batizados em homenagem à quem os descobriu, como é o caso de 2I/Borisov. O método adotado atualmente segue a nomenclatura desenvolvida pela União Astronômica Internacional.

A primeira letra do nome indica a categoria à qual o cometa pertence – “I” para “interestelar”. O número “3” sinaliza que ele é o terceiro do tipo a ser descoberto. Por fim, “ATLAS” faz referência a Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System, programa que foi responsável pela primeira observação do objeto em 1º de julho deste ano.

De onde ele veio?

Segundo informações divulgadas pela NASA, o 3I/ATLAS se formou em outro sistema solar e, viajando numa velocidade aproximada de 210 mil km/h, chegou recentemente ao nosso. Quando foi descoberto, ele se encontrava a cerca de 670 milhões de quilômetros do Sol, dentro da órbita de Júpiter.

A teoria de que o cometa vem de muito longe é provada tanto por sua velocidade impressionante – indicador de que tem vagado pelo espaço há bilhões de anos – quanto por sua trajetória hiperbólica, que não segue uma órbita fechada ao redor do Sol.

A trajetória do 3I/ATLAS por nosso sistema solar pode ser considerada como sem riscos, já que a passagem mais próxima de qualquer planeta foi em Marte no dia 3 de outubro, aproximando-se cerca de 30 milhões de quilômetros da órbita do planeta — Foto: NASA/JPL-Caltech
A trajetória do 3I/ATLAS por nosso sistema solar pode ser considerada como sem riscos, já que a passagem mais próxima de qualquer planeta foi em Marte no dia 3 de outubro, aproximando-se cerca de 30 milhões de quilômetros da órbita do planeta — Foto: NASA/JPL-Caltech

Ele representa algum risco para Terra?

A menor distância de aproximação que o cometa estará da Terra será de cerca de 270 milhões de quilômetros, o que é aproximadamente 1,8 vez a distância entre a Terra e o Sol, de acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA).

Essa aproximação ocorrerá no próximo dia 19 de dezembro, sendo que o 3I/ATLAS estará do outro lado do Sol, no nosso ponto de vista. Por isso, ele não representa nenhum tipo de perigo para a Terra ou qualquer outro planeta do Sistema Solar.

Qual será o caminho do 3I/ATLAS?

Após realizar visitas próximas ao Sol e a Marte, o cometa agora segue viagem, fazendo sua passagem mais próxima da Terra em breve. Por estar apenas atravessando nosso sistema solar, ele continuará sua jornada pelo espaço interestelar, para nunca mais ser visto.

Sua aproximação do Sol está fazendo com que ele perca cada vez mais massa, com gases congelados se transformando em vapor e deixando rastros de poeira e gelo pelo espaço. Observações do telescópio Hubble já mostraram uma pluma de poeira e uma cauda emanando do seu núcleo.

Captura feita pelo telescópio Hubble do 3I/ATLAS em 21 de julho de 2025, quando o cometa estava a 446 milhões de quilômetros da Terra — Foto: David Jewitt, Joseph DePasquale/NASA, ESA
Captura feita pelo telescópio Hubble do 3I/ATLAS em 21 de julho de 2025, quando o cometa estava a 446 milhões de quilômetros da Terra — Foto: David Jewitt, Joseph DePasquale/NASA, ESA

Quem está acompanhando o 3I/ATLAS?

Por conta da alta velocidade, não será possível o envio de sondas ou espaçonaves para visitar o 3I/Atlas. Ele está sendo observado por telescópios espaciais e missões planetárias, como a Mars Express, ExoMars Trace Gas Orbiter e, mais recentemente, a Tianwen-1. Ambas as missões foram projetadas para estudar Marte, mas fizeram uma pequena pausa para registrar a passagem do cometa.

Em novembro de 2025, a missão Jupiter Icy Moons Explorer (Juice) tentará fazer observações a partir do que promete ser a melhor visão do 3I/ATLAS em estado ativo. Segundo a ESA, responsável pela Juice, os dados dessas observações feitas usando câmeras, espectrômetros e sensores de partículas só devem chegar à Terra em fevereiro de 2026.

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