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Corpo de jovem assassinado é enterrado em túmulo errado por erro de cemitério em Rio Branco

Uma situação delicada e dolorosa marcou a vida de Ducineide da Silva Souza Brito, mãe do jovem João Victor Souza Brito, de 20 anos, assassinado há nove meses na região do bairro Calafate, em Rio Branco. Após enfrentar o luto pela perda do filho, a mulher descobriu recentemente que o corpo do rapaz foi enterrado por engano no jazigo de outra família, no Cemitério Jardim da Saudade, localizado no bairro Defesa Civil.
João Victor foi morto de forma violenta após ser confundido com outra pessoa. Segundo as investigações, os criminosos o identificaram erroneamente como o verdadeiro alvo, já que ele também estava com os cabelos tingidos de azul, mesma característica do homem procurado pelos executores.
No momento do sepultamento, ainda em meio ao desespero da perda, familiares de Ducineide cederam um espaço no túmulo da família materna para que o jovem fosse sepultado. Toda a documentação necessária foi entregue à administração do cemitério e as taxas foram devidamente pagas. Os coveiros, de posse dos documentos, indicaram o local onde o corpo seria enterrado.
Entretanto, o que a família não percebeu foi que o túmulo aberto não era o correto. A poucos metros dali havia outro jazigo muito semelhante, com as mesmas cores de lajotas, o que acabou confundindo os funcionários.
A descoberta do erro só ocorreu no último Dia de Finados (2 de novembro), quando Ducineide visitou o cemitério, colocou uma placa em homenagem ao filho e deixou flores no local. Pouco tempo depois, os verdadeiros proprietários do jazigo notaram a presença da placa e estranharam a situação. Eles procuraram a administração do cemitério, que confirmou que o corpo de João Victor havia sido enterrado no túmulo pertencente àquela família.
“Foi como se eu tivesse morrido de novo”, disse Ducineide, emocionada. “Agora terei que enterrar meu filho novamente, depois de nove meses. A culpa não foi nossa. Os coveiros trouxeram toda a documentação e apontaram o local onde o corpo seria sepultado.”
De acordo com a mãe, a administração do cemitério chegou a propor uma retirada discreta do corpo, sem autorização judicial — o que é ilegal. A exumação de um corpo só pode ocorrer com ordem da Justiça e na presença de familiares.
Diante do impasse, a família procurou a Defensoria Pública do Estado para iniciar os procedimentos legais necessários à exumação e à transferência do corpo para o jazigo correto.
Até o momento, a Prefeitura de Rio Branco, responsável pela administração do cemitério, não se manifestou sobre o caso.
Ducineide também lamenta o fato de que, nove meses após o assassinato de João Victor, nenhum suspeito foi preso, embora a Polícia Civil tenha identificado dois possíveis envolvidos no crime.
Entenda o caso
O jovem João Victor Souza Brito, de 20 anos, foi executado a tiros no final da tarde de 18 de janeiro deste ano, na Rua Mico Leão, no Conjunto Wilson Ribeiro, na região do Calafate, em Rio Branco.
Segundo informações da polícia, João Victor estava trafegando em sua bicicleta na rua quando dois homens não identificados se aproximaram em uma motocicleta. O passageiro, armado com uma pistola, efetuou vários disparos na direção do jovem, que foi atingido por pelo menos dois projéteis: um na cabeça e outro na perna. Mesmo ferido, Victor ainda conseguiu correr na tentativa de fugir, mas caiu no quintal de uma borracharia. Após o ataque, os criminosos fugiram do local.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, e uma ambulância de suporte avançado foi enviada. No entanto, quando os paramédicos chegaram, nada puderam fazer por João Victor, que já estava morto.
Policiais militares do 1° Batalhão estiveram no local e isolaram a área para os trabalhos do perito em criminalística. Em seguida, colheram informações e realizaram patrulhamento na região em busca de prender os autores do crime, mas eles não foram encontrados.
O caso segue inicialmente sob investigação dos agentes de polícia civil da Equipe de Pronto Emprego (EPE) e, posteriormente, ficará à disposição da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
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