CIDADES
Gringos apostam em aluguel de patinete elétrico para se locomoverem na COP30: ’60 centavos o minuto’

Foi dada a largada oficial para a COP30, em Belém, na manhã desta segunda-feira, 10, na Zona Azul do Parque da Cidade. O espaço é imenso, com 500 mil metros quadrados. Isso fora o que é preciso andar a partir do ponto de desembarque mais próximo, caso o participante venha de carro, por conta das vias interditadas. Mas, para quem quem quer economizar sola de sapato, é possível alugar patinetes elétricos a cerca de R$ 0,60 o minuto, e se adiantar.
Os patinetes ficam dispostos no caminho para a Zona Azul. A reportagem conversou com trabalhadores que estavam no local, que relataram que nessas primeiras horas o patinete se tornou o queridinho dos gringos.
Para utilizar basta baixar um aplicativo da empresa responsável, preencher seus dados e escolher o pacote. O mais completo, com descontos, é de R$ 109 o uso de 200 minutos em até 30 dias. É contabilizado apenas o tempo que a pessoa se conecta, e desconecta, do patinete. Eles podem ser deixados em qualquer lugar da área.
A procura já superou as expectativas nessas primeiras horas do evento, com funcionários já sendo acionados para realizarem trocas de baterias. Para trocar a bateria, ou recolher os equipamentos dispersos pelo Parque da Cidade, os trabalhadores contam receber R$ 1,80 por patinete. E eles ganham conforme trabalham, por quantas horas quiserem, e recebem o valor no dia seguinte.
Um deles revelou à reportagem, por volta de 10 horas, que queria estender o expediente, mas que deve voltar para casa, pois já está com sono. Isso porque ele virou a noite, estando na função desde 22 horas. “Não tem limite de hora, podemos ficar o dia todo”, disse ele, contratado por uma terceirizada para o trabalho.
O Terra já havia mostrado a presença dos patinetes na Zona Azul — mas usado por ‘patrões’ em meio às obras que ainda estavam em andamento durante a Cúpula do Clima, que aconteceu na quinta e sexta-feira passada. Trabalhadores contaram à reportagem que enquanto precisavam se locomover a pé as longas distancias do local, seus chefes seguiam patinando ou, até mesmo, se locomovendo de bicicleta pelo espaço.
Primeiro dia de COP30
A COP30 teve início nesta segunda-feira e segue até o dia 21 de novembro. Na Zona Azul delegações de todo o mundo se reúnem para debater a portas fechadas questões climáticas com o intuito de chegar a acordos internacionais a serem cumpridos pelas partes. Nessa área da COP, que também conta com dezenas de pavilhões e salas de palestras e rodas de conversa, podem entrar apenas pessoas credenciadas. Já o público em geral pode participar das programações da Zona Verde, ou em espaços com eventos paralelos espalhados pela capital.
Na entrada da Zona Azul estão sendo distribuídas latas de água gelada com design especial da COP30 — como as disponibilizadas na “área vip” da zona restrita, como já mostrado pela reportagem.
Pra quem chegou hoje e ainda precisa retirar sua credencial, irá enfrentar uma longa fila. Mas, conforme relataram participantes, a fila está andando rápido se considerada a quantidade de pessoas em questão. O tempo de espera é de cerca de 40 minutos.
A segurança na entrada foi reforçada em comparação ao que se viu na Cúpula do Clima. Agora, além de passar por um raio-x similar ao de um aeroporto, todas as pessoas também são checadas, uma a uma, por um detector de metal passado pelo corpo. Para driblar os altos preços dos restaurantes do evento, credenciados entram na Zona Azul abastecidos com lanchinhos — que têm entrada liberada, desde que lacrados.
A entrada pelos pavilhões também está transformada em comparação ao clima de obras e cheiro de serragem que marcou o evento com líderes globais pré-COP, que aconteceu no mesmo espaço. Agora está tudo entregue e, ao invés do barulho de ferramentas em uso, o que soa é o som de uma multidão conversando em diversas línguas.









