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MUNDO

2º dia da COP tem invasão, críticas a Trump e falta de banheiro

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O segundo dia da COP30, nesta terça-feira, 11, foi marcado por confusão e protestos. Um grupo numeroso de manifestantes invadiu a Blue Zone, área de acesso restrito do evento, o que gerou tumulto e ação imediata da segurança. Agentes chegaram a apreender uma bandeira da Palestina e celulares de alguns participantes, enquanto organizadores tentavam conter o avanço do grupo. Para impedir que os manifestantes seguissem em direção às áreas internas, mesas foram usadas, de forma improvisada, para bloquear a passagem.

Segundo a agência Reuters, alguns manifestantes estavam com cassetetes e houve troca de empurrões entre o grupo e os seguranças. Um agente de segurança foi levado às pressas em uma cadeira de rodas, com as mãos sobre o estômago, enquanto outro funcionário afirmou ter sido atingido na cabeça por um tambor, ficando com um corte na testa.

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Ao Terra, o manifestante Júlio, integrante do PSOL e natural de Natal (RN), contou que participa da COP30 junto a movimentos sociais, e que o ato desta terça-feira foi convocado por trabalhadores da saúde e por indígenas do Baixo Tapajós.

Segundo ele, a mobilização teve como objetivo se opor à privatização dos rios, à exploração de petróleo na Amazônia e ao Fundo de Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), que busca criar um novo modelo de financiamento climático, no qual países que mantêm suas florestas tropicais preservadas recebem compensações financeiras por meio de um fundo de investimento global. A iniciativa, no entanto, representa “uma espécie de financeirização das florestas tropicais” para alguns movimentos sociais.

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Ao explicar o motivo da manifestação, Júlio afirmou que o grupo optou por invadir a área porque considera uma redução no espaço dado à sociedade civil dentro do evento e que todos acreditam que é necessária mais participação popular nos debates.

“A gente resolveu sair às ruas para protestar porque acha que o espaço da COP reduziu muito a participação social e popular dos movimentos, em especial dos povos indígenas, que são os mais afetados em seus territórios.”

Ele relatou que os manifestantes chegaram até a área restrita da conferência e decidiram entrar para chamar atenção às pautas que defendem. “Os movimentos sociais chegaram até a Blue Zone e decidiram entrar para fazer uma manifestação, dar um grito em defesa dos povos indígenas, contra a exploração de petróleo na floresta e por mais participação popular nas decisões que afetam os povos originários.”

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Júlio também disse que houve tensão durante a ação, mas que todos os participantes conseguiram deixar o local com segurança. “Infelizmente, fomos respondidos com alguma arbitrariedade, com turbulência e enfrentamento, mas todo mundo está bem. Conseguimos sair em segurança e dar o recado, mostrar não só para o Brasil, mas para o mundo, que os movimentos sociais e os povos indígenas estão organizados em defesa da vida, dos territórios e contra a financeirização das florestas tropicais.”

Com a invasão, o acesso de parte do público ficou bloqueado na área, e muitos participantes não podiam sair nem entrar. A área restrita da COP30, o Parque da Cidade começou a ser evacuado por volta das 20h.

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Em nota, o porta-voz da ONU Mudança do Clima explicou o ocorrido. “No início desta noite, um grupo de manifestantes violou as barreiras de segurança na entrada principal da COP, causando ferimentos leves a dois seguranças e danos superficiais ao local. A equipe de segurança brasileira e da ONU tomou medidas para proteção do local, seguindo todos os protocolos de segurança estabelecidos. Autoridades do governo brasileiro e da ONU estão investigando o incidente. O local está seguro e as negociações da COP continuam”.

Criticas a Trump e banheiros sem água

O dia também teve críticas a Donald Trump. Durante sua participação na conferência, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, classificou como “abominável” a ausência do ex-presidente norte-americano na COP30. “É abominável [a ausência de Trump na COP30]. Mas quero enfatizar para todos que o estado da Califórnia é diferente, é um parceiro confiável e nós vamos nos manter assim”, disse.

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Os banheiros continuam sendo um foco de contratempos. Os sanitários localizados na Blue Zone ficaram sem água durante três horas.

Na semana passada, durante a Cúpula do Clima, evento que antecedeu a COP30, a reportagem encontrou banheiros sem água, com lixeiras espalhadas pelo espaço, sujeiras espalhadas pelo chão, recipientes de papel quebrados e falta de sabonetes para lavar as mãos.”

 Green Zone

Já na Green Zone, clima foi de tranquilidade. A área, que é de livre acesso ao público, teve um clima tranquilo, embora o espaço estivesse bastante movimentado, a ponto de dificultar a circulação nos corredores. As experiências imersivas foram o grande destaque do dia, com filas extensas e forte participação de visitantes nas atividades e painéis sobre sustentabilidade.

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Além das atrações tecnológicas e interativas, o espaço contou com a presença de indígenas de diferentes povos, que compartilharam suas culturas, histórias e saberes tradicionais em apresentações e exposições. Eles também realizaram a comercialização de artesanatos e itens sustentáveis.

*Essa reportagem foi produzida como parte da Climate Change Media Partnership 2025, uma bolsa de jornalismo organizada pela Earth Journalism Network, da Internews, e pelo Stanley Center for Peace and Security.

 

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