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Vereador é preso em operação contra expansão do CV; irmão dele era um dos alvos

A polícia do Rio de Janeiro prendeu, nesta sexta-feira, 14, o vereador Marcos Henrique Matos de Aquino (Republicanos), eleito por São João do Meriti (RJ). Ele foi flagrado com uma arma sem registro e caixas de medicamentos controlados durante uma etapa da Operação Contenção, que tem como objetivo combater a expansão da facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Vale ressaltar que o parlamentar não era alvo de mandado de prisão da ação deflagrada nesta sexta. Aquino havia ido à casa do irmão, o empresário Luiz Paulo Matos de Aquino, um dos alvos das medidas cautelares, para saber da ação policial.
O vereador foi levado por agentes que encontraram no carro dele uma arma sem registro no Sistema Nacional de Armas, além de caixas de medicamentos controlados. O veículo também transportava placas oficiais da Câmara Municipal de Vereadores de São João de Meriti.
Procurada pelo Terra, a equipe do parlamentar se pronunciou por meio da Comunicação da Câmara Municipal de São João de Meriti. A nota informa que a Câmara acompanha o caso envolvendo o vereador com responsabilidade e respeito aos trâmites legais.
“Salientamos que qualquer fato relacionado a agentes públicos deve ser analisado com cautela e dentro do devido processo, preservando o princípio da presunção de inocência”, diz a nota. “Ressaltamos ainda que confiamos na inocência do parlamentar até que todas as apurações sejam concluídas”.
Sobre o uso da placa oficial, a Câmara diz que a “utilização da placa vinculada preenche os requisitos legais e segue normas internas, conforme a legislação vigente”.
Operação Contenção
A polícia acredita que o irmão do veredor Aquino e os outros investigadas tenham envolvimento com o núcleo da facção que atua na região.
Nesta etapa da operação, os agentes se concentram em pontos da Bacia do Éden, Castelinho e regiões adjacentes, no município de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Até o momento, oito suspeitos foram presos.
Participam da força-tarefa agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRE-CAP), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Batalhão de Operação Policiais Especiais (Bope), com apoio de outras unidades.
A operação é resultado de uma investigação policial da DRE-CAP desenvolvida por 11 meses. A ação visa ao cumprimento de mandados de prisão temporária e de busca e apreensão. Além das oito prisões realizadas, duas pistolas e drogas foram apreendidas.
Além do cumprimento das medidas cautelares, a ação busca conter o avanço territorial da organização criminosa, prender integrantes já identificados, arrecadar novas provas, identificar patrimônios ilícitos para posterior bloqueio judicial, bem como apreender drogas, armamentos e remover barricadas e obstáculos que restringem o direito de ir e vir da população local.
A etapa de 28 de outubro da mesma operação resultou no dia mais letal da história do Brasil, com mais de 100 mortos, incluindo quatro policiais. O dia seguinte à ação das Polícias Civil e Militar amanheceu com moradores dos Complexos do Alemão e da Penha removendo dezenas de corpos de regiões de mata onde houve confronto com a forças de segurança.
De acordo com o Governo do Estado, que classificou esta fase da Contenção como um “sucesso”, a operação apreendeu mais de uma tonelada de drogas e 118 armas, incluindo 93 fuzis. A ação também culminou na prisão de 113 pessoas, mas falhou em deter a principal liderança do CV, o criminoso Doca.









