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COP30 em Belém: acordo climático avança, mas deixa combustíveis fósseis de fora

Belém, PA – Após intensas negociações que se estenderam pela madrugada, a COP30, realizada em Belém, chegou a um acordo climático com a adoção de 29 textos. Apesar dos avanços, a proposta de eliminar gradualmente os combustíveis fósseis não foi incluída no pacote final, gerando frustração entre diversas delegações.
O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, reconheceu a decepção e prometeu criar uma rota paralela para abordar a questão. “Precisamos de mapas para superar a dependência dos fósseis de forma ordenada e justa. Vou criar dois mapas: um para reverter o desmatamento e outro para a transição para longe dos fósseis”, afirmou.
A sessão final foi marcada por momentos de tensão, incluindo protestos de delegações que interromperam os trabalhos por cerca de uma hora. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, agradeceu a presença de todos e se emocionou ao se desculpar por eventuais incidentes durante a conferência.
A Colômbia teve um papel de destaque ao protestar contra a aprovação do Programa de Transição Justa, alegando que sua demanda por incluir o termo “transição para longe de combustíveis fósseis” não havia sido considerada. O protesto foi apoiado por outros países latino-americanos, como Chile, Peru, Uruguai e Panamá, e levou a uma pausa nas negociações.
Apesar da exclusão da proposta sobre combustíveis fósseis, a COP30 avançou em outros pontos importantes. A criação de um mecanismo de transição justa foi considerada um avanço, com o objetivo de combater as desigualdades sociais no processo de transição para uma economia de baixo carbono. O documento final também menciona a meta de triplicar o financiamento para adaptação às mudanças climáticas.
A edição amazônica da COP contou com a maior participação indígena da história, com mais de 5 mil representantes dos povos originários presentes em Belém. Os movimentos indígenas avaliaram positivamente a conferência, destacando a inclusão dos territórios indígenas como medida de proteção climática no texto final.
A próxima COP será realizada na Turquia, com a Austrália assumindo a presidência como representante das nações-ilhas do Pacífico. O desafio agora é dar continuidade aos avanços alcançados em Belém e buscar soluções para os temas que ficaram pendentes, como a eliminação dos combustíveis fósseis e o financiamento climático para os países mais vulneráveis.









