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GERAL

Acre lidera queda nacional de nascimentos, mas mantém maior proporção de mães adolescentes do país

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O Acre registrou a maior queda de nascimentos do Brasil entre 2023 e 2024, com recuo de 8,7%, conforme as Estatísticas do Registro Civil 2024, divulgadas pela quarta-feira (10) pelo IBGE. Mesmo com esse descenso — que supera o nacional de 5,8% e marca o sexto recuo consecutivo na série histórica iniciada em 1974 — o estado continua liderando o ranking nacional de nascimentos de bebês gerados por mães adolescentes.

No país, foram contabilizados 2,38 milhões de nascimentos em 2024, com queda em todas as grandes regiões — destaque para Sudeste (-6,3%), Norte (-6,2%) e Sul (-6,0%). Entre as unidades da federação, o Acre fica à frente de Rondônia (-8,6%) e Piauí (-8,2%) no ranking de recuo.

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Apesar da tendência geral de adiamento da maternidade no Brasil — em 2004, 51,7% dos nascimentos eram de mulheres com até 24 anos, e em 2024 essa proporção caiu para 34,6% —, o Norte se mantém como a região com maior índice de gravidez precoce. O Acre lidera esse ranking com 19,8% de nascimentos de mães com até 19 anos, seguido de Amazonas (19,1%) e Maranhão (18,6%). Dados anteriores do IBGE, de 2023, mostravam uma taxa ainda maior no estado: 21,4%, mais que o triplo da do Distrito Federal (7,3%), que tem a menor proporção do país.

Estudos científicos apontam que a alta taxa no Acre está ligada a fatores como baixa escolaridade (mulheres com nove anos ou menos de estudo têm maior risco), pobreza e dificuldade de acesso a educação sexual e métodos contraceptivos. A gravidez na adolescência também aumenta o risco de complicações na gestação, parto e para a saúde neonatal, além de impactar as oportunidades de estudo e emprego das jovens.

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Para enfrentar o problema, a Secretaria de Saúde do Acre implementou projetos de conscientização nas escolas, que conseguiram reduzir em 11% os casos entre estudantes, além de ações voltadas para a sensibilização de homens, visando combater o machismo e o moralismo que influenciam o cenário. As Estatísticas do Registro Civil, que reúnem dados dos cartórios, são uma das principais bases para monitorar a situação e direcionar políticas públicas.

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