BRASIL
A palavra que os bolsonaristas odeiam
‘Vacina’ é escolhida a palavra do ano de 2021 pelos brasileiros, diz pesquisa
A pesquisa, que escolheu ‘vacina’ como a palavra de 2021, ouviu primeiro jornalistas, publicitários, pesquisadores e acadêmicos, para colher as primeiras impressões sobre o ano.
Uma palavra divide a pandemia em dois tempos, um antes e um depois: vacina. Se antes da primeira dose, em janeiro, contávamos mortos e doentes, depois, começamos a somar, também, os vacinados. E fomos para fila, esperar nossa vez. Foi quando a palavra “vacina” passou a significar um pouco de tudo.
A pesquisa, que escolheu “vacina” como a palavra de 2021, ouviu primeiro jornalistas, publicitários, pesquisadores e acadêmicos,para colher as primeiras impressões sobre o ano que está quase acabando — e que também foi “contaminado” pela pandemia.
Depois, foi a vez de ouvir os brasileiros de todas as regiões do país por telefone, e não houve dúvida.
“Essa foi uma palavra unanime em todos os extratos socioeconômicos, de gênero, de raça, de religião. Ela representa sentimentos de esperança, sentimentos de salvação, sentimentos otimistas de visão de futuro”, explica a diretora-executiva da Consultoria Cause, Mônica Gregori.
O médico virologista Maurício Lacerda Nogueira, que participou dos testes clínicos de vários imunizantes, diz que não tinha mesmo outra escolha.
“Era muito claro para nós, pesquisadores, que só havia uma saída: a vacina. E foi muito bom ver o aparecimento dela. Com um ano começamos a utilizar essa vacina, que vai permitir sair disso”, diz Maurício.
Na linha do tempo da pandemia, a sensação é de que estamos caminhando para melhor. Em 2020, quando a Covid tomou conta do mundo, os brasileiros escolheram “luto” como a palavra que definiu o ano.
A “vacina”, de 2021, traz junto uma outra palavra projetada para o ano que vem: “esperança”. Mas não é só aquele sentimento de toda a virada de ano. Dessa vez, esperança vem acompanhada de recomeço.
“Agora o peso é outro. O peso de realmente reconstruir muita coisa. A partir de tudo o que a gente sofreu no coletivo, e também é uma esperança coletiva de um futuro aí melhor para todo mundo”, completa Mônica Gregori.