Embora estabelecer (ou não) uma relação causal direta dependa de estudos aprofundados, profissionais que atuam no Pantanal observam algumas mudanças.
“O fogo pode estar menos intenso (neste ano), mas a fome e a seca estão mais presentes”, diz à BBC News Brasil Ilvanio Martins, presidente da Fundação Ecotrópica, que gerencia quatro reservas ambientais no Pantanal – uma delas praticamente inteira consumida pelas queimadas no ano passado.
“A fome não é tão escandalosa quanto o fogo, mas seu efeito é ainda mais devastador. Ela é severa e silenciosa. E afeta toda a cadeia (ecológica). A árvore que queimou não floriu; as que floriram não germinaram tantas sementes, e daí conseguem alimentar uma quantidade menor de pássaros e roedores”, ele relata.
Um exemplo são as árvores de ipê, que segundo Martins são fonte de alimento aos animais. “E a florada dos ipês foi muito mais tímida neste ano.”