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BRASIL

Aumento da demanda faz o preço do café subir e o produto passa a ter sabor amargo para o bolso do brasileiro

Publicado em

Nathan Dumlao, Unsplash
O café, a segunda bebida mais consumida pelos brasileiros, a despeito da sua qualidade, entra o ano de 2022 com um preço nada saboroso. Neste novo ano, o produto segue uma tendência registrada durante todo 2021, muito salgado ou amargo para quem assiste, impotente, seu poder de compra consumido mês a mês por uma inflação que não deve ser menor do que 10% em 2022 – nas estimativas mais otimistas.

Em 2021, o café em grão subiu mais de 110% segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), e a tendência é que o produto continue a subir em 2022, podendo chegar ao valor mais alto em 25 anos. A alta nos preços está ligada a uma série de fatores, diz a entidade.

Há, primeiro, os danos climáticos na safra 2021-2022, mas também uma produção pequena em 2020-2021, uma demanda que cresceu na pandemia e custos de produção maiores com a alta do dólar. Segundo a Abic, o cenário não é exclusivo do Brasil, e problemas de produção em outros grandes produtores, como Colômbia e Vietnã, também impactam nos preços. Criou-se, com isso, o que Celírio Inácio, diretor-executivo da Abic, considera ser um cenário raro, de grande especulação em torno dos preços do produto.

Historicamente, segundo dados da Abic, a última grande crise do café foi em 1994, quando uma geada atingiu os estados de Paraná e São Paulo, que na época ainda eram os maiores produtores. A saca do café ultrapassou US$ 200 à época com a queda na produção.

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Antes disso, a chamada “geada negra”, também no Paraná, afetou a produção das safras para 1975, 1976 e 1977, e o cenário piorou com a disseminação de uma doença chamada ferrugem alaranjada. Com isso, a saca chegou a US$ 400.
Antes disso, em 1969, outra geada levou à perda de até 70% da safra daquele ano. Outra grande crise foi a da década de 1930, quando houve uma superprodução do produto, a oferta superou a demanda e os preços caíram.

O Brasil era o maior produtor mundial de café naquele período, com o produto com peso grande na economia, e o governo de Getúlio Vargas decidiu comprar e queimar estoques de café para manter os preços altos.

Comparativamente, a crise atual do café está seguindo o caminho das anteriores. Atualmente, a saca do café está em torno de R$ 1.200, ou cerca de US$ 213, em linha com preços de episódios anteriores.

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