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BRASIL

Brasil pode se tornar o primeiro país a zerar emissões, diz Carlos Nobre pré-COP30

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Em esquenta para a COP30, TEDx Ilhabela promove nesta segunda-feira, 6, imersão na Mata Atlântica com debates e reflexões sobre meio ambiente, fortalecimento territorial e ancestralidade Foto: Beatriz Araújo/Terra

O Brasil pode ser o primeiro país a zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2040. É o que afirmou o cientista climático Carlos Nobre ao abrir o palco do teatro da Baia dos Vermelhos, no TEDx Ilhabela, realizado nesta segunda-feira, 6, no litoral de São Paulo. A projeção é fruto de um estudo que o especialista irá apresentar na COP30, que terá o País como centro da discussão ambiental global, em Belém, daqui a 35 dias.

Atualmente, o Brasil é o sexto maior emissor de gases de efeito estufa. Diferente do perfil dos países que ocupam o topo do ranking, o ‘grosso’ das emissões não é proveniente da energia, com a queima de combustíveis fósseis — mas sim da emissão de gases devido a desmatamento, queimadas e o impacto da agropecuária como um todo.

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“Nosso estudo mostra que o Brasil pode zerar as emissões em 2040. Ser o primeiro país do mundo, totalmente factível. Zerar o desmatamento, a degradação e, obviamente, não mais usar combustíveis fósseis”, afirmou o cientista.

Ao zerar os combustíveis fósseis, Nobre explica que há muito a se melhorar com relação à energia renovável. “A energia renovável –solar, eólica– custa de um terço a um quarto do preço da energia elétrica, das termoelétricas, e não emite mais os poluentes. Então, esse é o nosso estudo, nós vamos lançar agora e vamos levar para a COP30”, complementou.

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Carlos Nobre é considerado um dos principais especialistas em modelagem do clima e referência internacional nos estudos sobre Amazônia e mudanças climáticas.  Um dos autores do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU) e uma das principais vozes brasileiras que marcarão presença na COP 30, Nobre é também professor da Universidade de São Paulo (USP) e co-presidente do Painel Científico para a Amazônia.

Em sua fala, Nobre relembrou a declaração do presidente Lula no final do G20, em novembro passado, no Rio de Janeiro. Na ocasião, o presidente falou que a crise climática é tão grave que todos os países têm que tomar cuidado para zerar as emissões líquidas em 2040, não mais do que em 2045.

“Então vamos torcer muito que a COP30 se torne a mais importante de todas as COPs. A ciência mostra que nós vamos ter cerca de 10 milhões de quilômetros quadrados em todo o mundo com restauração dos biomas para remover o gás carbônico. [Nisso] o Brasil pode ser o país com mais de 1 milhão de quilômetros quadrados, até 2040, incluindo os biomas, Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e Pantanal. Então, vamos torcer muito que a COP30 seja a mais importante”, finalizou.

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TEDx Ilhabela

O TEDx Ilhabela, em esquenta para a COP30, promove uma imersão na Mata Atlântica com debates e reflexões sobre o meio ambiente, o fortalecimento territorial e a ancestralidade.

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Em um teatro literalmente rodeado pela floresta, o evento buscou se alinhar aos pilares da sustentabilidade desde ações simples, como a entrega de um copo único para se usar ao longo do dia. A alimentação teve como foco a gastronomia caiçara local, com alimentos que vieram da terra em destaque.

Além de Carlos Nobre, também se apresentam nesta edição do TEDx nomes como:

Hermes de Sousa, educador popular e uma das principais lideranças comunitárias das periferias paulistas, que falou sobre a força da comunidade;
Florisbela dos Santos, educadora, guardiã dos saberes ancestrais e liderança do Quilombo do Cipó, que compartilhou sobre ancestralidade;
Estevan Sartoreli, que liderou um modelo inovador de produção de cacau que une justiça econômica, revitalização de territórios e regeneração da Mata Atlântica;
Laura Braga, mulher quilombola do Quilombo da Fazenda, em Ubatuba, é referência na articulação entre ancestralidade, território e direitos;
Renata Vanzetto, chef de cozinha e empreendedora que lidera uma cozinha que integra afeto e ousadia, com valorização local de Ilhabela;
Gil Pinna, artista visual, publicitário, influenciador digital de Ilhabela, ativador de experiências estéticas ligadas à memória e ao pertencimento;
Cris Takuá, filósofa indígena do povo Maxakali, da aldeia do Rio Silveira, em Bertioga, que é coordenadora das Escolas Vivas junto a Associação Selvagem, articula com profundidade os saberes tradicionais, espiritualidade e educação;
David Schurmann, cineasta que ao concluir sua terceira volta ao mundo, a bordo de um veleiro sustentável desenvolvido pela sua família, decidiu transformar sua história e paixão pelo Planeta Água em ação; e
Aline Gonçalves, jovem liderança caiçara da comunidade de Castelhanos, em Ilhabela, que atua com turismo de base comunitária, educação ambiental e sustentabilidade.

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