BRASIL
Caso Marielle: ex-titular da Delegacia de Homicídios, Giniton Lages é alvo de busca e apreensão
O delegado Giniton Lages, que ficou à frente do caso Marielle na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) logo no início das investigações, é um dos alvos de mandados de busca e apreensão na manhã deste domingo. A ação é da Polícia Federal, com apoio do Ministério Público do Rio, por meio da Força-Tarefa do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado para o caso Marielle Franco e Anderson Gomes (GAECO/FTMA), e a Procuradoria-Geral da República.
Foram presos nesta manhã Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio. Os dois primeiros suspeitos de serem os mandantes do crime, que ainda culminou na morte do motorista da parlamentar, Anderson Gomes. Já Rivaldo por suspeita de obstruir de alguma forma a investigação. Equipes cumprem mandados de prisão contra os três alvos. A Polícia Federal cumpre ainda 12 mandados de busca e apreensão contra os supostos mandantes dos homicídios. Investigadores estão nas sedes da Polícia Civil do Rio, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e da Câmara dos Deputados, em Brasília. Segundo a GloboNews, Giniton Lages e o comissário de polícia Marco Antonio de Barros Pinto foram afastados de seus cargos por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os nomes dos suspeitos de serem os mandantes foram apontados na delação do ex-PM Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos. O fato de um deles ter mandato de deputado federal teria tornado necessário que a delação fosse enviada para o Supremo Tribunal Federal, onde foi homologada na última terça-feira.
‘Investigação da investigação’
Na primeira fase do caso Marielle, Rivaldo ligou para Giniton e mandou que ele interrogasse o então policial militar Rodrigo Ferreira, o Ferreirinha, apresentado como testemunha de uma conversa entre Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, e o vereador Marcello Siciliano, em que teriam planejado matar a vereadora. Mas a versão era falsa, como foi confirmado, dez meses depois, numa apuração paralela da Polícia federal, que ficou conhecida como “investigação da investigação”.
Marielle foi executada em 14 de março de 2018, aos 38 anos, ao ser atingida por quatro disparos no rosto. Ao deixar a Casa das Pretas, na Rua dos Inválidos, no Centro do Rio. Ao passar pelo bairro Estácio, na região central da cidade, o carro em que estava foi alvo de tiros disparados por um veículo que emparelhou. A vereadora e o motorista Anderson morreram ao serem atingidos. A assessora da parlamentar, Fernanda Chaves, é a única sobrevivente.