BRASIL
Censo 2022: Brasil cresce 6,5% em 12 anos, menos que o esperado, e tem 203,1 milhões de habitantes
A população brasileira atingiu a marca de 203.062.512 habitantes, o que representa um aumento de 6,5% entre 2010 e 2022, segundo o Censo Demográfico 2022. O índice representa quase 5 milhões de pessoas a menos que o esperado. As informações foram divulgadas com dois anos de atraso nesta quarta-feira (28/6), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice veio abaixo das projeções anteriores do órgão. Em 2021, a estimativa era que o país teria ao menos 213 milhões de habitantes. Em dezembro do ano passado, com base nos dados prévios do levantamento, o instituto ajustou o número para 207,7 milhões – ou seja, 4,7 milhões de pessoas a mais do que o cálculo final.
Conforme a pesquisa, entre 2010 a 2022, a taxa de crescimento anual da população do país foi de 0,52%. Trata-se da menor taxa desde o primeiro Censo do Brasil, em 1872.
O Censo é a principal fonte de referência para o conhecimento das condições de vida da população em todos os municípios do país, e em seus recortes territoriais internos. A coleta começou em 1º de agosto de 2022, após dois anos de atrasos em função da pandemia da Covid-19 e as crises na destinação de recursos.
Nos últimos 150 anos, a população brasileira cresceu mais de 20 vezes – ao todo, um acréscimo de 193,1 milhões de habitantes. No entanto, a média anual de crescimento vem diminuindo desde a década de 1960.
“Em 2022, a taxa de crescimento anual foi reduzida para menos da metade do que era em 2010 (1,17%)”, afirma o coordenador técnico do Censo, Luciano Duarte.
Recorte regional
O Sudeste permanece como a região mais populosa do país, atingindo 84,8 milhões de habitantes em 2022. Esse contingente representa 41,8% da população brasileira. O Centro-Oeste, por outro lado, segue na ponta oposta: é a região menos populosa, com 16,3 milhões de habitantes, ou 8% da população do país.
Os primeiros resultados também apontaram que São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro seguem sendo os estados mais populosos do país. Juntos, os três concentravam 39,9% da população brasileira.
São Paulo, o maior deles em termos de população, tinha 44,4 milhões de habitantes. Cerca de um quinto da população brasileira (21,8%) vivia no estado.
Roraima também permanece na posição de estado menos populoso, com 636,3 mil habitantes, ainda que tenha apresentado a maior taxa de crescimento anual no período de 12 anos (2,92%). Na sequência, os estados com menor número de habitantes foram Amapá (733,5 mil) e Acre (830 mil).
Atrasos
A previsão inicial do IBGE era de concluir o recenseamento ainda em outubro de 2022. No entanto, ainda no ano passado, o prazo foi adiado para meados de dezembro. Naquele mês, ao divulgar o quarto balanço do levantamento, o instituto ampliou o prazo de conclusão do Censo 2022 para janeiro de 2023.
Em 1º de março, o instituto anunciou que encerrou a etapa de coleta de dados, após sete meses de trabalho. Em maio, o IBGE iniciou a fase de apuração, que representa uma espécie de pente-fino sobre os dados.
Pela primeira vez, foram incluídas ao questionário perguntas sobre comunidades quilombolas. Até o momento, o país tem apenas estimativas referente a esse grupo, mas não conta com números oficiais sobre a quantidade de pessoas remanescentes de quilombos que habitam no Brasil.
Também foram acrescentadas ao questionário perguntas sobre autismo. A inclusão do assunto passou a ser obrigatória após a publicação da Lei nº 13.861, de 2019.