Diagnóstico de Glaucoma no Brasil: Desigualdades regionais e a necessidade de maior acesso aos exames

Um estudo recente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), utilizando dados do SUS, revelou uma preocupante disparidade regional no acesso a exames de glaucoma no Brasil. Enquanto o país registrou um aumento de 63% nos exames entre 2019 e 2024, passando de 1,37 milhão para 2,25 milhões, a distribuição desses exames é extremamente desigual.

O estudo destaca a crítica situação no Acre, que registrou apenas 4.072 exames em cinco anos, ficando na penúltima posição nacional, à frente apenas do Amapá. Essa discrepância é gritante quando comparada a estados como São Paulo (2,6 milhões de exames), Rio Grande do Sul (1,82 milhões) e Pernambuco (1,1 milhão).

A disparidade regional é ainda mais evidente ao comparar o crescimento percentual nos exames: 116% no Sudeste contra 24% no Nordeste. Essa falta de acesso a exames regulares de glaucoma coloca em risco a saúde ocular de milhares de brasileiros, considerando que o monitoramento precoce é crucial para prevenir a cegueira, como demonstrado pela informação de que o monitoramento evitou a cegueira em 300 mil brasileiros.

Ações de conscientização:

O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, celebrado em 26 de maio, reforça a urgência de ações para melhorar o acesso a exames de glaucoma em todo o país. O CBO promoverá uma transmissão ao vivo no YouTube, com o projeto “24 horas pelo glaucoma”, buscando conscientizar a população e destacar a importância do diagnóstico precoce.

A desigualdade no acesso aos exames de glaucoma no Brasil exige ações imediatas e efetivas para garantir a equidade no acesso à saúde ocular. É fundamental investir em infraestrutura, capacitação de profissionais e campanhas de conscientização para alcançar regiões como o Acre e reduzir as disparidades regionais, assegurando que todos os brasileiros tenham acesso ao diagnóstico e tratamento adequados para prevenir a cegueira causada pelo glaucoma.