BRASIL
Em 1 ano de vacinação, Brasil chega a 68% de plenamente imunizados
Apenas em setembro de 2021 governo celebrou entregas suficientes para aplicar 1ª dose em todos os adultos.
A vacinação contra Covid no Brasil completa 1 ano nesta segunda-feira (17).
Em 17 de janeiro de 2021, um domingo, em uma cerimônia em São Paulo, a enfermeira Mônica Calazans (foto) recebeu uma dose de Coronavac, autorizada momentos antes pela Anvisa.
Naquele momento, o governo federal tinha contratos para apenas duas vacinas: a própria Coronavac (46 milhões de doses) e a vacina da AstraZeneca (100,4 milhões de doses), a ser envasada pela Fiocruz.
A Fiocruz só começou a entregar doses em março. Para não ficar atrás de João Doria, o governo Bolsonaro importou às pressas doses da Covishield, a vacina da AstraZeneca produzida na Índia.
Nesse intervalo, em fevereiro o Ministério da Saúde assinou contrato para compra de 20 milhões de doses da Covaxin,com opção para outros 50 milhões. Denunciada pelos irmãos Miranda na CPI da Pandemia no Senado, a compra, cheia de irregularidades, não foi para a frente.
Apenas em março o ministério, ainda sob Pazuello, assinou contratos para comprar 100 milhões de doses da vacina da Pfizer e 38 milhões de doses da vacina da Janssen. O governo também aderiu finalmente ao consórcio Covax.
Em maio, já sob Queiroga, o governo comprou mais 100 milhões de doses da vacina da Pfizer, em um contrato quase R$ 1 bilhão mais caro que o anterior.
Com tantos atrasos e omissões, a vacinação no Brasil demorou a deslanchar, em alguns estados mais do que outros. Em julho, O Antagonista mostrou que a vacinação no Distrito Federal, governado por Ibaneis Rocha, era capenga, frágil e inconsistente.
No fim de julho, Doria anunciou que começaria em agosto a vacinação de adolescentes em São Paulo. Na primeira pauta de entregas daquele mês, o estado recebeu apenas metade das doses que deveria.
Apenas em setembro o governo federal celebrou a entrega de vacinas suficientes para aplicar a 1ª dose em todos os adultos – com uma “pedalada” detectada com exclusividade por O Antagonista.
Também em setembro, em mais um movimento antivacina,Queiroga anunciou a suspensão da vacinação de adolescentes sem comorbidades, decisão ignorada por várias prefeituras. Depois, o ministro voltou atrás.
Pelos dados do painel MonitoraCovid-19, da Fiocruz, o Brasil tem hoje 68,57% da população vacinada com duas doses ou dose única. Além disso, 16,37% da população recebeu dose de reforço.