BRASIL
Estudo aponta crescimento de 19% na violência não letal contra mulheres no Brasil em 5 anos
A violência não letal contra mulheres no Brasil apresentou um aumento significativo de 19% ao longo de cinco anos, de 2018 a 2022. Diversos tipos de agressões, como a patrimonial, física, sexual, psicológica e moral, foram objeto de estudo pelo Instituto Igarapé em parceria com a Uber, revelando um cenário alarmante.
Durante a última década, essas formas de violência cresceram assustadores 92%, conforme apontado pelo Instituto Igarapé ao extrair estatísticas dos sistemas oficiais de saúde e segurança pública para elaborar seu relatório. É importante destacar que o levantamento considerou ocorrências múltiplas, permitindo compreender a realidade vivenciada por muitas mulheres.
Os dados revelaram que as mulheres negras são as principais vítimas desse tipo de violência de gênero não letal, independentemente da sua manifestação. Em 2018, mulheres pretas e pardas representavam 52% dos registros, número que subiu para 56,5% no ano passado.
O feminicídio, caracterizado como o homicídio motivado por ódio contra o gênero feminino, teve um aumento preocupante. Em 2022, os feminicídios representaram 35% das mortes violentas no país, um aumento considerável em relação aos 27% registrados em 2018.
A violência patrimonial foi a que mais cresceu nos últimos cinco anos, chegando a um aumento de 56,4%. Em 2022, seis mulheres a cada 100 foram vítimas desse tipo de agressão, atingindo a maior taxa já registrada desde 2009.
O aumento da violência sexual foi outro dado alarmante, com um crescimento de 45,7% entre 2018 e 2022. Os casos desse tipo de agressão duplicaram na última década.
A violência psicológica também teve um aumento expressivo de 23,2% no período analisado. Destaca-se que os parceiros e ex-parceiros das mulheres são responsáveis por mais da metade dos registros desse tipo de agressão.
Apesar de ser o tipo mais comum entre os quatro analisados no estudo, a violência física também apresentou crescimento de 8,3% entre os anos mencionados. Somente em 2022, mais de 140 mil agressões do tipo foram notificadas, gerando uma média alarmante de 16 por hora.